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GUERRA SEM LIMITES
Atentados em Casablanca anteontem atingiram cinco alvos simultaneamente; mortos já chegam a 41
Marrocos prende 27 extremistas após ataque
DA REUTERS
A polícia de Marrocos prendeu
ontem 27 extremistas islâmicos
suspeitos de participação na série
de cinco atentados suicidas que
mataram ao menos 41 pessoas e
deixaram mais de 65 feridas anteontem à noite em Casablanca.
Os ataques vieram poucas horas
depois de os EUA emitirem um
alerta para novas ações da rede
terrorista Al Qaeda.
O ministro do Interior, Mustapha Sahel, disse à TV local que os
atentados teriam sido cometidos
por uma célula terrorista de 14
membros, dos quais 13 teriam
morrido nas explosões. Segundo
ele, todos os envolvidos com os
ataques seriam marroquinos.
Um centro judaico e um clube
espanhol estão entre os alvos atingidos. Os atentados em Marrocos
foram a segunda grande ação terrorista da semana dirigida contra
Estados árabes aliados aos EUA.
Na segunda-feira, a Arábia Saudita também foi palco de múltiplos
ataques suicidas.
As explosões ocorreram poucas
horas depois de o presidente
George W. Bush ter declarado que
havia "assassinos à solta". Nos últimos dias, serviços de inteligência dos EUA e do Reino Unido haviam avisado da possibilidade de
ocorrerem novos ataques em países da África, mas Marrocos não
foi incluído na lista.
Como no caso de Riad, a rede Al
Qaeda, de Osama bin Laden, é a
principal suspeita pelas ações em
Casablanca. Marrocos e Arábia
Saudita estavam entre os países
árabes considerados principais
"candidatos à liberação" numa
gravação atribuída a Bin Laden
que foi divulgada em fevereiro.
Bush afirmou ontem que a Al
Qaeda ainda constitui uma ameaça e que, apesar de enfraquecida,
não está "ociosa". "Os inimigos
da liberdade não estão ociosos, e
nós também não", disse o presidente, que ofereceu ajuda ao governo marroquino para encontrar os culpados pelos ataques.
Alguns dos alvos em Casablanca estavam ligados a instituições
judaicas e um, à Espanha, que
apoiou com firmeza a guerra dos
EUA no Iraque. Os cinco lugares
atingidos foram: o hotel Safir, na
cidade velha, um centro comunitário judaico, um restaurante italiano de propriedade de um judeu, o clube Casa de España e o
consulado da Bélgica.
O premiê espanhol, José María
Aznar, condenou os ataques, classificando-os como "fanatismo
cruel". Pelo menos dois cidadãos
espanhóis morreram e quatro ficaram feridos.
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