|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EUA e Canadá se aliam contra russos no Ártico
Região pode ter enormes reservas de petróleo e gás
CHRISTOPHER MASON
DO "FINANCIAL TIMES", EM OTTAWA
Parcerias inesperadas estão
sendo formadas entre países
interessados em ampliar seus
territórios submarinos no Ártico e que estão se unindo para
combater as reivindicações
agressivas da Rússia na região.
Um navio quebrador de gelo
da guarda costeira dos EUA
deixou um porto do Alasca na
semana passada para, juntamente com um navio semelhante canadense, fazer uma
sondagem sísmica do leito do
mar de Beaufort, ao norte da
fronteira entre Yukon e Alasca.
Esses países estão reunindo
material de pesquisa para fundamentar sua reivindicação de
territórios árticos que podem
conter enormes reservas de recursos naturais, além de potenciais novas rotas marítimas.
Canadá e EUA dizem que
uma disputa anterior entre eles
em torno de uma área de 12 mil
kmht2 do leito marítimo em
outra parte do mar de Beaufort
está sendo deixada de lado em
nome da defesa contra as reivindicações da Rússia no Ártico, que se chocam com as de
EUA, Canadá, Dinamarca e Noruega.
"Os russos sabem para quê
querem o Ártico, e, sob [Vladimir] Putin e [Dmitri] Medvedev, vêm agindo com agressividade", disse Rob Huebert, diretor do Centro de Estudos Militares e Estratégicos da Universidade de Calgary. "Estão muito adiante de outros países."
A questão de que país é dono
do Pólo Norte era um problema
de segundo plano enquanto a
região era recoberta por uma
camada de gelo impenetrável.
Mas o aquecimento global
sugere que a região, que pode
conter um quarto das reservas
mundiais remanescentes de
petróleo e gás, pode ser novo alvo de disputas, à medida em
que a camada de gelo diminui.
Em busca de provas
No início do mês, cientistas
canadenses e dinamarqueses,
em comunicado conjunto, afirmaram que a cordilheira Lomonosov, abaixo do pólo Norte,
está ligada às placas da América
do Norte e Groenlândia. Os
dois países podem discordar
sobre onde dividir a cordilheira
entre eles, mas concordam que
ela não é uma extensão da plataforma continental russa.
Os países são autorizados a
estender seu controle do leito
marítimo além dos limites costumeiros se provarem que ele
faz parte de sua plataforma
continental. Moscou primeiro
reivindicou a cordilheira Lomonosov em 2001 e reiterou a
reivindicação em 2007.
A posição dos EUA em relação ao Ártico é complicada porque o Congresso não ratificou a
Convenção das Nações Unidas
sobre o Direito Marítimo, a instância última que decide sobre
essas reivindicações. Mas as
autoridades americanas estão
avançando na esperança de que
a convenção seja ratificada antes do término do prazo fixado
para a ONU para reivindicações territoriais, em 2013.
Tradução de CLARA ALLAIN
Texto Anterior: Alô presidente: Chávez diz que Rússia tem plano de mandar frota ao Caribe Próximo Texto: Frase Índice
|