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SUCESSÃO NOS EUA / CALCANHAR DE AQUILES
Obama traz equipe de Clinton para traçar política externa
Idéia é conter críticas que recebe de republicano por suposta fraqueza no setor
Durante um encontro com o embaixador brasileiro, assessor do candidato à Casa Branca elogia atuação das forças do Brasil no Haiti
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
Na tentativa de mudar a imagem de alguém "fraco" em matéria de política externa e segurança nacional, pecha que é a
base das críticas de seu oponente republicano na disputa
presidencial norte-americana,
o democrata Barack Obama
anunciou seu novo time para o
setor. A equipe é dominada pelos velhos suspeitos de sempre
das duas administrações de Bill
Clinton (1993-2001), nomes
como o da ex-secretária de Estado Madeleine Albright e do
ex-secretário de Defesa William Perry.
Após reunião com o time de
diplomatas, ontem em Washington, Obama devolveu as
acusações feitas recentemente
por assessores de John
McCain. "Os registros mostram que George Bush e John
McCain é que têm sido fracos
em relação ao terrorismo", disse. "O enfoque deles falhou. Por
conta de suas políticas, estamos menos seguros, somos menos respeitados e menos aptos
a liderar o mundo."
Obama disse que durante a
campanha recorrerá sempre a
seu "grupo de trabalho sênior
em segurança nacional". Dele,
além de Albright e Perry, fazem
parte o ex-secretário de Estado
Warren Christopher (1993-1997) e o ex-congressista Lee
Hamilton, co-autor do principal relatório sobre o 11 de Setembro, entre outros.
Indagado sobre como procederia caso o terrorista Osama
bin Laden fosse capturado durante sua Presidência, Obama
disse que "talvez não consigamos capturá-lo vivo". Caso isso
aconteça, no entanto, "o importante para nós seria lidar com
ele de uma maneira que permita ao mundo inteiro perceber
os atos assassinos nos quais ele
está envolvido e não fazer dele
um mártir".
O candidato citou os julgamentos de Nuremberg, tribunais estabelecidos após a Segunda Guerra para decidir o
destino de criminosos nazistas,
como um exemplo de como a
justiça pode ser aplicada segundo "um conjunto universal de
princípios". No início da semana, o ex-candidato republicano
Rudolph Giuliani, que hoje
apóia McCain, havia dito que
Obama ainda pensa com "uma
cabeça pré-11 de Setembro".
Elogios ao Brasil
Outro membro do time
anunciado por Obama é o diplomata Anthony Lake, secretário de Segurança Nacional de
Bill Clinton de 1993 a 1997 e um
dos candidatos ao cargo de secretário de Estado numa eventual gestão democrata.
Lake se encontrou na terça-feira com o embaixador do Brasil em Washington, Antonio
Patriota, para falar das relações
entre os dois países.
Segundo relatos do encontro,
o time norte-americano manifestou "posição favorável" em
relação à intenção do Brasil de
ganhar um assento permanente no Conselho de Segurança
das Nações Unidas.
O diplomata obamista elogiou ainda a atuação brasileira
no Haiti e usou o caso da Minustah, missão de estabilização
da ONU naquele país, para dizer que, eleito, o candidato respeitará entidades multilaterais.
No encontro, os diplomatas
não concordaram sobre declaração recente de Obama sobre
as Farc. Em discurso recente, o
democrata disse que apoiará "o
direito da Colômbia de atacar
terroristas que buscam abrigo
seguro cruzando as fronteiras".
A invasão do Equador pela Colômbia foi criticada pelo Brasil
e foi condenada pela OEA.
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