São Paulo, sexta-feira, 20 de janeiro de 2006

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ORIENTE MÉDIO

Jihad Islâmico assume atentado; Mahmoud Abbas afirma que terroristas atingem eleição palestina do dia 25

Homem-bomba palestino fere 30 no centro de Tel Aviv

Emilio Morenatti/Associated Press
Manchas de sangue são vistas em local no qual foi realizado um atentado suicida, em Tel Aviv


DA REDAÇÃO

Um homem-bomba palestino se explodiu ontem numa rua movimentada de Tel Aviv sem provocar mortes, mas feriu 30 pedestres, um deles em estado grave.
O grupo terrorista Jihad Islâmico reivindicou o atentado. Em telefonema à agência France Presse, disse que o homem-bomba se chamava Sami Abu Antar, tinha 22 anos, era da cidade cisjordaniana de Nablus e gravou como testamento um vídeo que seria divulgado nas horas seguintes.
O Jihad Islâmico é a única facção palestina que boicota abertamente as eleições do dia 25.
O atentado terrorista teve dimensão sobretudo política. Ele aumenta a tensão entre os palestinos, seis dias antes das eleições em que o Fatah, partido do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, está com sua hegemonia ameaçada pelos terroristas do Hamas.
Trata-se também de desafio ao premiê interino de Israel, Ehud Olmert, que assumiu a chefia do gabinete no dia 4, depois que um derrame imobilizou Ariel Sharon.
Olmert, que encabeçará nas eleições de 28 de março a chapa do Kadima, partido centrista que Sharon criou, está sendo pressionado a responder com mão forte, ao estilo de seu antecessor.
Foi o sétimo atentado do gênero em 12 meses. Eles ao todo mataram 23 israelenses. Partiram de grupos terroristas que rejeitavam a trégua negociada em fevereiro último por Sharon e Abbas.
"O atentado de Tel Aviv é uma conseqüência direta da recusa da Autoridade Nacional Palestina de neutralizar os responsáveis pelo terrorismo contra israelenses", disse David Baker, assessor do primeiro-ministro. Abbas qualificou o atentado como "sabotagem" às eleições da próxima semana e disse que ele não reflete o consenso entre palestinos.
O terrorista se postou junto a um quiosque que vende sanduíches num calçadão próximo à estação rodoviária de Tel Aviv. Procurou passar por mascate e ofereceu, em hebraico, pacotes de lâminas de barbear.
Em Washington, o porta-voz da Casa Branca condenou o atentado suicida e exortou a ANP "a fazer o que esteja ao seu alcance para desmantelar a infra-estrutura terrorista".
Em Bruxelas, o responsável pela política externa da União Européia, Javier Solana, apelou para que palestinos e israelenses não se deixem intimidar e não acabem prejudicando as eleições palestinas do dia 25.

Com agências internacionais

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