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IRAQUE OCUPADO
Segundo testemunhas e polícia, bombardeio matou civis; EUA afirmam ter atacado insurgentes ligados à Al Qaeda
Ataque americano mata 22 em Fallujah
DA REDAÇÃO
Um ataque aéreo dos EUA contra um suposto esconderijo de insurgentes próximos ao jordaniano Abu Mussab Zarqawi -que,
segundo Washington, teria ligação com a rede terrorista Al Qaeda- matou ontem 22 civis iraquianos na cidade de Fallujah.
"Um ataque de um avião norte-americano destruiu uma casa e
atingiu parcialmente outras três.
Somente pedaços dos corpos sobraram", afirmou uma testemunha, enquanto uma equipe de socorro tentava encontrar sobreviventes sob os escombros de uma
casa totalmente destruída.
"Ao menos 22 corpos chegaram
ao cemitério. Havia crianças, jovens e mulheres", afirmou o coveiro Ahmed Hassan.
Segundo o general americano
Mark Kimmitt, havia explosivos
na residência, o que resultou em
explosões de maior impacto. "Temos provas de que havia membros da rede de Zarqawi na casa."
O ataque deverá aumentar o
descontentamento com a presença das tropas dos EUA no Iraque a
menos de duas semanas da entrega do poder aos iraquianos.
Para líderes militares dos EUA,
a pacificação de Fallujah, uma das
cidades em que a insurgência iraquiana é mais ativa, é crucial para
a estabilização do país.
Adel al Jubeir, assessor para relações exteriores do príncipe regente saudita, Abdullah, afirmou
ontem ser incorreta a informação
de que o corpo do engenheiro
Paul Marshall Johnson Jr., decapitado anteontem por extremistas
ligados à Al Qaeda, havia sido encontrado. "Estamos procurando
o corpo." Jubeir acredita ele esteja
em algum lugar ao norte de Riad.
Ontem foi libertado o operário
libanês George Frando, que fora
seqüestrado há poucos dias. Segundo o Ministério do Exterior
do Líbano, ele passa bem.
No sul do Iraque, insurgentes
realizaram um atentado e mataram um segurança português,
quando técnicos restauravam um
oleoduto. A polícia disse que a
bomba, colocada no acostamento
de uma estrada a sudoeste de Basra, também matou um policial
iraquiano, um civil e um indiano.
Os insurgentes iraquianos, que
lutam contra a ocupação do país,
têm concentrado suas ações na
indústria do petróleo, nas incipientes forças de segurança iraquianas e nas autoridades do país,
buscando semear o caos antes da
entrega do poder aos iraquianos.
Os EUA afirmaram que mais
dois soldados americanos morreram, o que elevou para 614 o números de militares do país mortos
em combate desde a invasão do
Iraque, ocorrida no ano passado.
Segundo um porta-voz dos
EUA, soldados americanos continuaram a combater insurgentes
perto da cidade de Baquba pelo
terceiro dia seguido.
Os EUA afirmam que combatentes fiéis ao ex-ditador Saddam
Hussein e militantes islâmicos estrangeiros estão por trás da insurgência iraquiana. Washington e
Londres esperam que a situação
melhore após a entrega do poder.
Al Qaeda
Ao publicar um relatório em
que diz não haver provas de colaboração entre o regime de Saddam e a Al Qaeda, de Bin Laden, a
comissão que investiga o 11 de Setembro quis dizer que o Iraque
não controlava as operações da
rede terrorista, defendeu a assessora de Segurança Nacional da
Casa Branca, Condoleezza Rice.
"A comissão falou de controle
operacional, o que nós nunca dissemos que existia", afirmou.
A Al Qaeda confirmou ontem a
morte de um de seus líderes, Abdulaziz al Muqrin, e três outros
militantes por forças sauditas, em
Riad, na sexta-feira.
Com agências internacionais
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