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Explosão de caminhão-bomba mata 78 no Iraque
Ataque visou mesquita xiita no centro de Bagdá e deixou mais de 200 feridos
EUA promovem operação militar com mais de 10 mil homens na Província de Diyala, novo bastião da insurgência sunita no país
DO "NEW YORK TIMES", EM BAQUBA
Ao menos 78 pessoas morreram e 224 foram feridas em decorrência da explosão de um
caminhão-bomba diante de
uma mesquita xiita no centro
de Bagdá ontem, segundo dia
de uma ofensiva contra insurgentes sunitas na capital e suas
redondezas. Mais de 10 mil soldados das forças lideradas pelos EUA participam da ação.
A explosão na mesquita de
Khillani aconteceu pouco depois da suspensão do toque de
recolher na área, domingo.
"Cinco dias de toque de recolher nos impediram de vir trabalhar, e hoje explode um carro-bomba", disse um comerciante. "Como vou enfrentar isso e alimentar minha família?"
Sobreviventes reclamaram
que não puderam ajudar as vítimas porque as forças americanas e iraquianas os afastaram.
Tiros foram disparados logo
após a explosão.
O ataque foi o mais recente
numa série a ter como alvo
mesquitas, iniciada na semana
passada, quando insurgentes
destruíram os dois minaretes
remanescentes de uma importante mesquita xiita em Samarra -a mesma atingida no ano
passado, em um ataque que detonou a onda de violência sectária que tomou o país desde
então. Várias mesquitas sunitas no sul do Iraque foram destruídas em retaliação.
Ofensiva
A ofensiva da coalizão, que
começou na noite de segunda-feira e até ontem havia resultado na morte de 22 supostos insurgentes, segundo militares,
visa reduzir os persistentes
atentados suicidas e com carros-bomba que vêm semeando
terror entre a população e frustrando a reconciliação política.
A ação é incomum em seu
âmbito e objetivo, representando uma estratégia mais agressiva de visar vários redutos insurgentes simultaneamente
para reprimir a violência em todo o país, e reflete o reconhecimento de que a chegada de novas tropas americanas em Bagdá nos últimos meses levou os
insurgentes a transferir suas
forças da capital e da Província
de Anbar. Nos últimos meses a
Província de Diyala, palco da
ofensiva, emergiu como centro
da insurgência sunita.
No que pareceu uma operação distinta no sul do país, perto da fronteira iraniana, uma
batalha entre tropas dos EUA e
militantes xiitas deixou pelo
menos 20 mortos e dezenas de
feridos, disseram funcionários
iraquianos e americanos.
Os choques em Amara e Majjar al Kabir, duas cidades de
maioria xiita pouco ao norte de
Basra, começaram na manhã
de anteontem. Foram desencadeados por investidas contra o
que representantes americanos descreveram como uma rede secreta envolvida no transporte de "ajuda letal" do Irã ao
Iraque -os EUA acusam Teerã
de suprir milícias iraquianas.
De acordo com funcionários
alinhados com o clérigo radical
xiita Moqtada al Sadr, em Basra, os combates envolveram integrantes da milícia de Sadr, o
Exército Mahdi. A batalha parece ter sido o maior choque
com a milícia de Sadr desde o
início da aplicação do novo plano de segurança americano, em
fevereiro último.
A violência continuou em outras partes do Iraque, não obstante a operação militar intensificada. No sul de Bagdá, a explosão em seqüência de dois
carros-bomba perto de uma tubulação de gás matou pelo menos sete pessoas e feriu outras
29, disse um funcionário do
Ministério do Interior.
As autoridades de Bagdá encontraram 33 corpos não identificados, muitos mostrando sinais de tortura, enquanto morteiros, disparos e bombas em
toda a capital mataram pelo
menos outras nove pessoas.
Tradução de CLARA ALLAIN
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