|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Voto de confiança ameaça acordo nuclear indiano
DA REDAÇÃO
O Executivo indiano enfrentará hoje no Parlamento uma
moção de confiança sobre um
controverso acordo nuclear
com os EUA, numa disputa que
pode selar o fim do governo do
premiê Manmohan Singh.
As discussões surgem em
meio ao acirramento do cenário geopolítico na Ásia, devido à
deterioração da violência no
Afeganistão e às crescentes
tensões em torno do programa
nuclear iraniano.
Em caso de derrota, o Governo de Singh pode ser obrigado a
cancelar o acordo nuclear e antecipar as eleições legislativas
inicialmente previstas para
maio do próximo ano.
Numa tentativa de salvar seu
governo, Singh assegurou na
semana passada ter conquistado apoios suficientes para compensar a recente decisão dos
partidos de esquerda de abandonarem a coalizão de governo
em protesto contra a parceria
atômica com os EUA.
Os críticos alegam que o pacto dará à Casa Branca demasiada influência no programa nuclear indiano.
O documento, assinado em
2005 mas que ainda espera ratificação nos Parlamentos dos
dois países, é tido como pedra
angular da relação entre Washington e Nova Déli.
Antes que o convênio possa
ser aprovado pelo Congresso
americano, precisará da autorização da Agência Internacional
de Energia Atômica (AIEA).
Caso entre em vigor, o acordo
permitirá a venda de energia e
tecnologia nucleares americanas à Índia, que se recusa a assinar os acordos de não-proliferação nuclear e tem feito experiências com seu arsenal atômico. A cooperação se refere somente ao nuclear civil, desvinculado da bomba.
Em contrapartida, a Índia
abriria as suas centrais atômicas à inspeções da AIEA.
Interessa aos EUA o fortalecimento da Índia, no passado
um cliente preferencial de
Moscou, para que ela se contraponha ao peso estratégico da
China na Ásia.
Mesmo sem dimensão militar, a cooperação nuclear abre
caminho para a venda de material bélico. O governo da Índia
deverá gastar em armamentos
pelo menos US$ 30 bilhões nos
próximos quatro anos. Aos
americanos interessa vender
126 aviões militares, num contrato de US$ 10 bilhões em que
também concorrem fornecedores russos e europeus. A Índia já comprou um porta-aviões americano.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Saiba mais: Democrata tem 300 assessores de política externa Próximo Texto: Bolívia: Opositores dão ultimato a La Paz, às vésperas de referendo Índice
|