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CRISE
Boicote pregado pelos reformistas tem sucesso apenas parcial, e linha dura deve reassumir comando do Parlamento
Conservadores lideram apuração na eleição iraniana
DA REDAÇÃO
A apuração parcial dos votos
para o Parlamento iraniano indicava ontem a vitória dos conservadores do país, em eleição marcada pelo baixo comparecimento
e o boicote dos reformistas.
Aliados do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país, e contrários ao projeto de reformas do
presidente Mohammad Khatami,
os conservadores haviam conquistado, até a conclusão desta
edição, 133 das 290 cadeiras no
Parlamento.
Com a apuração encerrada em
mais da metade dos distritos do
país, os reformistas tinham eleito
37 representantes. O bloco reformista, que desde 2000 dominava
70% da Casa, pregou boicote à
eleição realizada anteontem, em
estratégia de sucesso parcial.
Segundo o vice-presidente Mohammad Ali Abtahi (reformista),
levantamento inicial indicava que
cerca de 50% dos 46 milhões de
eleitores votaram -em 2000,
quando os reformistas venceram,
67,2% foram às urnas. Em Teerã,
de acordo com o vice, o índice ficou em 29% do eleitorado.
O motivo do boicote reformista
foi o veto às candidaturas de cerca
de 2.500 reformistas pelo Conselho de Guardiães, órgão que tem
membros apontados pelo aiatolá
Khamenei para zelar pelo respeito
à Constituição. Mais de 80 deputados que tentavam a reeleição
não puderam concorrer.
Com a derrota iminente, os reformistas adotaram discurso de
"vitória moral", argumentando
que os conservadores não tiveram
adversário. "Foi uma eleição sem
competição", disse Rajab Ali Mazrouli, da reformista Frente de
Participação do Irã Islâmico.
Entretanto, a provável queda no
índice de participação, apesar de
acentuada, deve ficar aquém do
que previam analistas independentes e os próprios reformistas,
que esperavam o comparecimento de cerca de 20% dos eleitores.
Ademais, o establishment conservador previa ontem que o índice final de comparecimento seria
mais alto -60%, segundo a rádio
estatal. Os jornais pró-Khamenei
descreveram como "notável" e
"excelente" a corrida às urnas.
Com agências internacionais
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