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MUDANÇA DE PLANOS
Cerca de 40 navios com equipamento militar deixa costa turca e se dirige ao golfo
EUA desistem de ataque pela Turquia
DA REDAÇÃO
Após permanecerem durante
várias semanas aguardando na
costa da Turquia, dezenas de navios carregados de material bélico
dos EUA foram redirecionados
para o golfo Pérsico, segundo fontes militares americanas.
A decisão mostra que os EUA
desistiram de utilizar o território
turco como base para invadir o
Iraque pelo norte. Cerca de 40 navios com equipamentos militares
ancorados no mar Mediterrâneo
começaram a se dirigir ao canal
de Suez rumo ao golfo Pérsico.
Os cerca de 17.500 soldados da
4ª Divisão de Infantaria dos EUA,
que deveriam ser enviados à Turquia, agora deverão ir para o
Kuait (ao sul do Iraque). Os EUA
planejavam enviar cerca de 60 mil
militares para a Turquia, mas o
Parlamento turco não liberou as
bases militares do país.
Após muita insistência americana, a Turquia aceitou liberar apenas seu espaço aéreo ao sobrevôo
de jatos militares americanos.
Ontem, um porta-voz do comando geral do Exército turco
negou que tropas do país tenham
penetrado na região curda no
norte iraquiano. "A Turquia não
entrou no norte do Iraque", disse.
Mas fontes militares não identificadas, jornais e emissoras de TV
turcas disseram que cerca de 1.500
soldados teriam cruzado a fronteira rumo à região controlada
majoritariamente pelos curdos.
A intervenção turca, se confirmada, desagradará os EUA, que
querem evitar o envolvimento de
países vizinhos na guerra. "Nós
não vemos nenhuma necessidade
de incursões da Turquia no norte
do Iraque", disse o secretário de
Estado dos EUA, Colin Powell.
A Turquia teme que o ataque ao
regime de Saddam Hussein leve à
fragmentação do Iraque e que a
população curda iraquiana, majoritária no norte do país, declare
independência. Isso poderia encorajar os rebeldes curdos da Turquia a também buscarem a secessão. Durante 15 anos, os curdos da
Turquia lutaram contra o governo central, com um saldo de cerca
de 37 mil mortos.
Segundo o chanceler turco, Abdullah Gul, a Turquia quer garantir "a integridade territorial do
Iraque" e impedir que eventuais
refugiados iraquianos atravessem
a fronteira. Durante a Guerra do
Golfo (1991), milhares de curdos
iraquianos tentaram se refugiar
na Turquia.
Desde então, com a perda de
controle do governo de Bagdá no
norte do país, tropas turcas permanecem em áreas iraquianas
próximas à fronteira, criando
uma espécie de cordão de isolamento.
Relegados por acordos que dividiram a região após a Primeira
Guerra Mundial, os curdos vivem
em diversos países (em especial o
Irã, o Iraque e a Turquia) e formam o maior grupo étnico sem
Estado do mundo: 25 milhões de
pessoas (60% na Turquia.
A Alemanha, que se opõe à ação
militar no Iraque, disse que retirará militares alemães que participam de uma missão da Otan
(aliança militar ocidental liderada
pelos EUA) na Turquia se ficar
comprovado que o país está se envolvendo no conflito.
Com agências internacionais
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