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Para Bush, só o "uso decisivo" da
da força poderá encurtar a guerra
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
O presidente dos EUA, George
W. Bush, disse, em programa de
rádio levado ao ar ontem, que
apenas o "uso decisivo" da força
poderá encurtar a guerra contra o
Iraque. "Esta não será uma campanha de meias medidas. Devido
às dificuldades do terreno e dimensões [do Iraque], pode ser
mais longa do que alguns previram. Nesta guerra, o mundo conhecerá nossa força militar e o valor de nossa moral", disse Bush.
Para ele, "o futuro da paz e a esperança do povo do Iraque dependem das forças" americanas.
Comentando os ataques de sexta, Bush: "Quero dizer a todos os
americanos e ao mundo que as
forças da coalizão farão o possível
para poupar vidas inocentes".
Para se contrapor às eventuais
críticas contra a intensidade dos
ataques, Bush vem repetindo diariamente que a guerra é uma
"ação de libertação do oprimido
povo do Iraque" e que visa a "desarmar o Iraque de armas de destruição em massa".
Internamente, o presidente
conta com o apoio de quase dois
terços dos americanos, segundo
três pesquisas de opinião divulgadas anteontem -antes, portanto,
de terem sido mostradas imagens
na TV dos pesados ataques contra
Bagdá e das notícias das primeiras
baixas em combate de soldados
americanos.
Entre o público democrata, há
uma divisão ao meio entre os que
apóiam e os que condenam os
ataques ao Iraque.
Ontem pela manhã, Bush reuniu-se em Camp David com seus
secretários da Defesa, Donald
Rumsfeld, de Estado, Colin Powell, com a assessora de Segurança Nacional, Condoleezza Rice, e
com o diretor da CIA (o serviço
secreto dos EUA), George Tenet.
A ida do presidente a Camp David também teve o objetivo de evitar possíveis protestos em Washington no primeiro final de semana após o início da guerra.
Rotina
Desde o início dos ataques contra o Iraque, Bush vem tentando
mostrar tranquilidade e manter a
mesma rotina de exercícios físicos
diários, de dormir e acordar cedo
e de fazer reuniões com seus principais assessores.
Na sexta, cercado por assessores
durante sessão de fotos na Casa
Branca, foi questionado por um
fotógrafo sobre como estava avaliando o andamento da guerra.
"Você deveria estar no Pentágono
para ter a resposta a essa pergunta", foi a resposta de Bush.
Mas a grande pergunta ainda
sem resposta no gabinete de Bush
continua sendo se o ataque que
deu início à guerra, na quarta-feira à noite, atingiu Saddam Hussein e seus filhos em um bunker.
Senadores que estiveram reunidos com Rumsfeld no Pentágono
na sexta foram informados de que
os militares têm certeza de que o
bunker foi atingido por mísseis,
mas que não havia certeza sobre o
paradeiro de Saddam.
"Os militares estão seguros de
que o bunker foi bastante atingido e não houve mais sinais de comunicação a partir de lá depois
dos ataques", disse o senador Bailey Hutchison, republicano do
Texas, que participou da reunião.
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