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Chávez oferece base militar a Moscou
Em visita que estreita laço econômico e político, venezuelano responde que aceitará militares russos se lhe for pedido
Compras de armas russas garante soberania de seu país, diz Chávez; gigantes
estatais de gás e petróleo
assinam quatro acordos
Alexander Nemenov/Reuters
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Medvedev (à dir.) e o venezuelano Chávez em Gorki, grande Moscou; para russo, aliança militar é "chave para segurança regional"
DA REDAÇÃO
O presidente russo, Dmitri
Medvedev, recebeu ontem em
visita o colega venezuelano,
Hugo Chávez, num encontro
marcado por declarações sobre
a aliança militar bilateral, pela
retórica anti-EUA e por acordos entre suas gigantes estatais
de petróleo e gás.
Para demonstrar o quão longe pode ir a parceria, Chávez
disse que a Venezuela aceitaria
abrigar uma base militar russa,
se Moscou assim solicitasse.
Questionado, disse: "Se as
Forças Armadas russas quiserem estar na Venezuela, serão
recebidas calorosamente". Não
havia, ainda, comentários de
Moscou a respeito. No relato de
sua assessoria, não há menção
sobre base militar, mas Chávez
diz que barcos russos seriam
bem-vindos, porque não são a
Quarta Frota, o comando da
Marinha dos EUA para a região,
reativado neste mês.
Antes, e na presença de Medvedev, o venezuelano já havia
dito que os laços com a Rússia
"garantem a soberania da Venezuela, que é ameaçada pelos
EUA". O russo chamou-o de
"mais importante aliado":
"Nossas relações são um fator-chave para a segurança regional [...] Temos um objetivo comum: fazer o mundo mais democrático, justo e seguro".
Chávez reuniu-se ainda com
o ex-presidente e agora primeiro-ministro Vladimir Putin,
que elogiou a parceria militar.
Foi a sexta visita do venezuelano à Rússia desde 1999, e a
primeira sob Medvedev, que
deu ênfase à convergência entre as "duas potências na produção de gás e petróleo".
Foram assinados quatro
acordos entre estatais russas e
a venezuelana PDVSA, entre
eles o que prevê análise e exploração russa do petróleo pesado
da faixa do Orinoco, uma das
maiores reservas do mundo.
Armas e Guerra Fria
Apesar de rumores de que a
Venezuela incrementaria suas
compras militares na Rússia
-já comprou cerca de US$ 4 bilhões-, não houve anúncios.
Segundo Chávez, seu país
trabalha na integração de seu
sistema antiaéreo, com a Rússia e Belarus, país que visitará.
"Não há cifras, são muitas, é
uma questão dinâmica", disse,
sobre as possíveis novas compras. Tanto Chávez como a imprensa russa têm dito que há
interesse na compra de sistemas antiáreos e submarinos.
Apesar de ter aumentado o
gasto militar, quanto à compra
de armamentos na região, a Venezuela, segundo dados disponíveis em 2007, ainda fica atrás
de Brasil, Colômbia e Chile.
Para analistas, o interesse de
Moscou em Caracas é majoritariamente comercial, ao passo
que é útil alentar o antiamericanismo, quando opõe-se, entre outras questões, à instalação pelos EUA de um escudo
antimísseis no Leste Europeu.
Ontem, houve outro episódio
com ares de Guerra Fria: um
jornal russo citou, extra-oficialmente, a intenção de Moscou de reabastecer seus bombardeiros em Cuba. O general
Norton Schwartz, novo comandante da Força Aérea dos EUA,
reagiu: se fizer isso, a Rússia
"ultrapassará um limite".
Com "Financial Times"
e agências internacionais
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