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Obama promete não pressionar governo de Israel
Em visita durante seu tour pelo Oriente Médio, democrata recua em posição sobre Jerusalém e diz temer programa nuclear do Irã
DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK
Em visita que reforçou ontem seu alinhamento com Israel, o candidato democrata à
Presidência dos EUA, Barack
Obama, afirmou ontem que
não fará pressão sobre os líderes do país por concessões em
acordos de paz que coloquem a
segurança local em risco. Também afirmou que partilha da
preocupação israelense de que
o projeto nuclear do Irã tenha
fim bélico -e não apenas energético, como diz Teerã.
Com foco no voto judeu, no
eleitorado conservador que
não simpatiza com o rival republicano John McCain e em fazer boa figura no papel de líder
internacional respeitado- um
dos pontos fracos de sua imagem perante os eleitores, segundo pesquisas de opinião-
Obama declarou: "Não acho
que, quando eles [os líderes israelenses] falaram comigo hoje, eles pensaram que eu os
pressionaria a aceitar qualquer
tipo de concessão [nas negociações de paz com os palestinos]
que coloquem a segurança de
Israel em risco".
Obama se encontrou com o
premiê Ehud Olmert, com o
presidente Shimon Perez e
com o ministro da Defesa israelense, Ehud Barak. Também visitou o Yad Vashem, memorial
às vítimas do holocausto, e a cidade de Sderot, alvo de ataques
com foguetes disparados por
militantes da faixa de Gaza.
Ainda ontem, se encontrou
com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, em reunião de
uma hora que terminou em foto oficial com sorrisos e aperto
de mão e promessa múltipla de
buscar soluções pacíficas para a
disputa territorial com Israel.
O democrata, muito criticado pela oposição ao defender o
diálogo sem precondições com
o Irã, afirmou que não será menos rigoroso que Israel e que o
governo republicano de George
W. Bush na relação com o país.
Afirmou que o projeto nuclear iraniano "é uma preocupação suprema para os Estados
Unidos". "O mundo deve impedir o Irã de obter arma nuclear", declarou.
O candidato tentou amenizar
sua posição sobre o destino de
Jerusalém na disputa entre israelenses e palestinos, após ter
dito em junho que a cidade deveria "ser a capital indivisível"
do país para "preservar a identidade judaica" de Israel -algo
defendido apenas pela direita
israelense. Reivindicada como
capital por Israel, Jerusalém
também é exigida pelos palestinos em um eventual acordo. A
parte oriental da cidade é habitada por árabes.
Já ontem, declarou que "Jerusalém deve ser a capital de Israel", mas que "essa é uma
questão que deve ser acordada
pelas partes envolvidas (...) e
não é papel dos EUA ditar como
esse acordo será fechado, mas
preferivelmente apoiar os esforços que têm sido feitos".
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