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Annan quer ajuda de Deus no Iraque
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
ANDRÉ SOLIANI
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O secretário-geral da ONU, Kofi
Annan, pediu ontem ajuda a Deus
para completar o trabalho de reconstrução do Iraque iniciado pelo diplomata brasileiro Sérgio
Vieira de Mello, 55, morto no
atentado ao prédio da entidade
em Bagdá na última terça-feira.
"Seu trabalho está incompleto,
mas, Deus nos ajude, nós vamos
completar", disse Annan durante
discurso no velório de Vieira de
Mello, realizado no Palácio da Cidade, sede social da Prefeitura do
Rio de Janeiro (zona sul). Segundo ele, o memorial mais adequado para Vieira de Mello seria um
"Iraque livre e soberano".
Annan confirmou a abertura
ontem de um novo escritório das
Nações Unidas em Bagdá, mas
disse que lá trabalharão apenas
metade dos funcionários. De
acordo com ele, os outros 50%
voltarão somente "quando a situação melhorar". Cerca de 300
pessoas trabalhavam na ONU em
Bagdá antes do atentado .
"O escritório será reaberto hoje
[ontem]. Isso significa que o trabalho não vai parar. Vamos tomar medidas mais fortes de segurança. Quando a situação melhorar, todos vão voltar", disse após
desembarcar no Rio, às 8h15.
Ele afirmou que a permanência
da missão da ONU em Bagdá é a
melhor forma de homenagear
Vieira de Mello. "A sua memória
deve nos inspirar a seguir em
frente", disse o secretário-geral,
que foi aplaudido por cerca de 50
pessoas no saguão do aeroporto.
No final da manhã, durante o
velório, ele deu um abraço na mãe
de Vieira de Mello, Gilda, 85, e fez
um discurso em inglês em homenagem ao diplomata. "O povo do
Iraque também vai olhar para ele
com gratidão." É a segunda vez
que Annan visita o Brasil. Em
1998, ele ficou quatro dias a convite do então presidente Fernando
Henrique Cardoso.
O chefe da missão permanente
do Brasil nas Nações Unidas, embaixador Ronaldo Sardemberg,
que também foi ao velório, disse
que o Conselho de Segurança da
ONU deverá adotar nova resolução para melhorar a proteção dos
membros da organização. "Espero que, nesse sentido, tenhamos
medidas concretas. Precisamos
de medidas concretas."
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