São Paulo, segunda-feira, 24 de outubro de 2011 |
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A ARGENTINA VOTA Cristina vence no 1º turno, indica parcial Com quase a metade das urnas apuradas, presidente argentina garantia seu segundo mandato com 53% dos votos Reeleição confirma a força do kirchnerismo e a principal sigla da oposição não elege nenhum governador
LUCAS FERRAZ SYLVIA COLOMBO DE BUENOS AIRES A Argentina reelegeu ontem a presidente Cristina Kirchner em primeiro turno, segundo a apuração parcial dos votos. Até o fechamento desta edição, com 48% das urnas apuradas, Cristina tinha 53% dos votos, o maior índice obtido por um presidente desde a redemocratização da Argentina, em 1983. Com esse resultado, ela será a terceira mandatária do país a exercer o poder em períodos consecutivos _os outros foram Juan Domingo Perón e Carlos Menem. Trata-se da eleição argentina em que mais diferença houve entre o primeiro colocado e o segundo, expondo o mau momento da oposição. O socialista Hermes Binner, que tinha 17% dos votos, está a mais de 35 pontos de diferença atrás da presidente. A União Cívica Radical, segundo maior partido, amargou uma derrota histórica. Seu candidato, Ricardo Alfonsín, ficou em terceiro lugar, com apenas 12% e o partido não conseguiu emplacar nenhum governador nas províncias. Atrás, seguiam os peronistas dissidentes Rodriguez Saá, com 7%, e Eduardo Duhalde, com 5%. A diferença de votos entre Cristina e Binner tendia a aumentar, pois os votos da província de Buenos Aires, responsável por 37,5% do eleitorado nacional, ainda não estavam contabilizados. Desde o final do dia, a Praça de Maio passou a ser tomada por militantes e simpatizantes _Cristina, no final da noite de ontem, se dirigiu ao local para discursar, como faziam Perón e Evita. No hotel Intercontinental, no centro de Buenos Aires, onde os peronistas armaram seu "bunker", Cristina citou duas vezes a presidente Dilma Rousseff _ "ela me disse palavras muito doces". No discurso, ela clamou por uma "unidade nacional" e disse que será presidente de "todos os argentinos". Ela também defendeu a continuidade de projetos, não de "pessoas ou partidos", numa clara referência à possibilidade de mudar a Constituição para a sua re-reeleição, como pedem alguns aliados. Mas Cristina também disse que atuará para "aprofundar o modelo", o que muitos veem como uma radicalização do governo contra a imprensa independente e o confronto contra empresários não alinhados. Como faz desde a morte de Néstor Kirchner, em 27 de outubro do ano passado, ela chorou _assim como boa parte da plateia_ ao lembrar do marido como o "refundador" da Argentina. Além de iniciar o terceiro mandato do kirchnerismo, algo inédito na história recente da política argentina, o resultado de ontem confirma a hegemonia dos Kirchner. A votação de ontem também poderia dar ao kirchnerismo a maioria no Congresso, superando a derrota nas eleições legislativas de 2009. Mas até o fechamento desta edição não estava claro quantas cadeiras ficariam com aliados do governo. Texto Anterior: FOLHA.com Próximo Texto: Frases Índice | Comunicar Erros |
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