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Itália impõe emergência
contra a imigração ilegal
Governo julga "excepcional" 10 mil casos este ano
DA REDAÇÃO
O governo italiano decidiu
ontem estender para todo país
o estado de emergência contra
a imigração clandestina que já
vigorava em três regiões meridionais (Sicília, Calábria e Púglia). A oposição acusa o ministro do Interior, Roberto Maroni, um dos dirigentes da conservadora Liga Norte, de favorecer o pânico e a xenofobia.
Maroni, em reunião do Conselho de Ministros, citou o
"persistente e excepcional afluxo" de imigrantes de países que
não pertencem à União Européia. Disse que no primeiro semestre deste ano desembarcaram 10.661 imigrantes ilegais, o
dobro dos 5.378 registrados no
mesmo período de 2007.
A Itália tem 59,6 milhões de
habitantes, entre os quais supostamente 650 mil são imigrantes sem visto de residência.
O estado de emergência não
restringe as liberdades civis ou
suspende direitos individuais.
É um mecanismo de coordenação de setores da administração pública em caso, sobretudo,
de desastres naturais.
A medida, embora restrita
em termos territoriais, já havia
sido adotada cinco vezes para
combater os imigrantes ilegais
durante mandatos anteriores
do primeiro-ministro Silvio
Berlusconi. No ano passado, o
então premiê Romano Prodi,
de centro-esquerda, adotou por
dez meses o estado de emergência em área restrita.
No Partido Democrático, de
oposição, o deputado Gianclaudio Bressa qualificou a decisão
de "abominável". Nichi Vendola, governador da região de Púglia, comparou o decreto com a
política fascista.
Diante das reações, o presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini, pediu que
na terça o ministro do Interior
desse explicações ao plenário.
O governo passa a impressão
de que os imigrantes ilegais
chegam em embarcações precárias ao litoral italiano. Mas o
jornal "Corriere della Sera" diz
que, segundo o próprio Ministério do Interior, esse é apenas
10% dos casos. A maioria, 63%,
chega à Itália de avião e desembarca nos aeroportos como se
fossem turistas.
Com agências internacionais
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