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PACIFISTAS
Manifestantes em Washington e San Francisco criticam política de Bush e apontam custos da ação no Iraque
Passeatas pedem fim da ocupação militar
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
Milhares de pessoas protestaram ontem em Washington contra a ocupação norte-americana
no Iraque e para pedir o retorno
imediato dos cerca de 130 mil soldados que ainda estão no país.
Ato público idêntico ocorreu em
San Francisco.
Foi a maior manifestação contra
a guerra na capital americana desde que o presidente George W.
Bush declarou a 1º de maio o fim
dos combates.
Os organizadores do protesto
esperavam cerca de 30 mil participantes. Não havia até à noite cifra
oficial. O grupo Answer, um dos
coordenadores, preparou caravanas com 200 ônibus vindos de pelo menos 145 cidades.
O tom geral da manifestação e
dos discursos antes da passeata,
que circundou a Casa Branca e o
Departamento de Justiça, ressaltou as ""mentiras de Bush", o fato
de não terem sido encontradas armas de destruição em massa e os
gastos na campanha militar.
Manifestantes jogavam dólares
de mentira para o alto gritando
""dinheiro para empregos, não para a guerra" enquanto outros distribuíam balões com os dizeres:
""armas de destruição em massa:
um monte de ar quente".
Bush, como em outras manifestações contra a guerra em Washington, passou o fim de semana
fora da cidade, em Camp David.
Um dos grupos mais animados
de manifestantes contava com o
brasileiro Jorge Samuel Rocha.
Com uma bandeira do Brasil
amarrada na cabeça, ele participava de uma batucada ao redor de
""carro alegórico" montado com
paus, flores, papelão e ossos.
Um outro grupo, representando movimentos negros, gritava
"Condollezza Rice não é nossa irmã", referindo-se à assessora de
Bush que é negra.
Alguns cartazes criticavam a cobertura da imprensa. ""Faux
News" (notícias falsas), dizia um
deles, em referência ao canal de
TV Fox News, partidária da ação
de Bush no Iraque.
Um boneco gigante com os
olhos vendados também representava as redes CNN, ABC e
NBC, acusadas de não mostrar
""as verdadeiras imagens".
Outros manifestantes carregavam cartazes com fotos de soldados norte-americanos e prisioneiros iraquianos. Em uma delas,
um prisioneiro está sem dois dedos da mão esquerda, ainda ensanguentada.
A algumas centenas de metros
da manifestação, cerca de mil integrantes do Free Republic, um
grupo conservador norte-americano, também realizou um ato de
apoio à ocupação no Iraque e ao
presidente Bush.
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