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SUCESSÃO NOS EUA / A UNIÃO FAZ A FORÇA
Obama e Hillary fazem ato pela "unidade" democrata
Cidadezinha de Unity é palco do primeiro comício conjunto dos ex-adversários
"Os republicanos torceram para que não uníssemos forças. Mas tenho notícias para eles. Nós somos um partido", disse a senadora
DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK
Trocando elogios, comentários ao pé do ouvido e combinando o azul do terninho dela
ao da gravata dele, os ex-adversários democratas Hillary Clinton e Barack Obama subiram
ontem juntos ao palco para dizer que agora lutam pela mesma missão: levar o Partido Democrata de volta à Casa Branca,
com Obama presidente.
O encontro de ontem foi o
primeiro em frente às câmeras,
em Unity (New Hampshire), cidadezinha cheia de símbolos
para esta eleição: 1) Seu nome
significa "unidade" em inglês;
2) Está localizada no segundo
Estado a promover eleições
primárias; 3) O resultado curioso das prévias lá foi de 107 votos
para Obama e 107 para Hillary.
Na noite anterior, os dois haviam discursado em Washington, em encontro fechado no
qual ela o apresentou para alguns de seus grandes arrecadadores e contribuintes da campanha e ele doou US$ 2.300
-máximo valor permitido para
um doador individual- para
ajudá-la a cobrir a dívida adquirida por ela durante as primárias, cerca de US$ 22,5 milhões.
A mulher de Obama, Michelle,
doou outros US$ 2.300.
Em Unity, o candidato elogiou a ex-rival. "Ela arrasa",
disse, após meses de trocas de
acusações entre os dois, que
terminaram quando ela reconheceu a derrota e logo depois
os dois tiveram um encontro
reservado, no qual não se sabe o
que foi negociado.
Hillary exortou seus eleitores a votarem no colega democrata e declarou: "[O candidato
John] McCain e os republicanos podem ter torcido para que
não uníssemos forças dessa
forma. Mas tenho notícias para
eles. Somos um partido. Somos
uma América. E nós não vamos
descansar enquanto não tomarmos nosso país de volta".
Importância
O apoio da candidata é apontado como importante para que
Obama não perca eleitores que
votaram na rival nas primárias,
especialmente grupos como latinos e mulheres brancas.
Alguns analistas, no entanto,
minimizam o impacto da união
sobre a decisão de voto. "Há
muitos eleitores de Hillary dizendo que não pretendem votar em Obama. Isso é porque
eles estão infelizes por ela ter
perdido as primárias. Mas, no
final, quem votou por Hillary
votará em Obama. As propostas
dos dois são muito parecidas",
diz Jonathan Nagler, cientista
político da Universidade de Nova York.
Nagler afirma, contudo, que a
união do partido pode ter impacto positivo no comparecimento democrata às eleições,
no dia 4 de novembro. "Como o
voto nos EUA não é obrigatório, é claro que Hillary pode
motivar o eleitor democrata a
sair de casa para votar."
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