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Derrotas trabalhistas ameaçam Brown
Mídia britânica aponta complô de ministros para forçar saída antecipada do premiê; em público, aliados negam querer cargo
Após 3º fracasso em três meses, pressão por renúncia aumenta; pesquisa estima liderança de conservadores,
com 63%, em eleições gerais
DA REDAÇÃO
A crescente insatisfação dentro do Partido Trabalhista britânico com os recentes fracassos eleitorais da legenda parece
estar cada vez mais perto de
derrubar o premiê do Reino
Unido, Gordon Brown, que assumiu em junho de 2007 após a
renúncia de Tony Blair.
Ontem, analistas políticos e
jornais britânicos elevaram exponencialmente a especulação
sobre a queda de Brown, apontando um complô em seu gabinete e listando possíveis substitutos -entre os quais se destacam Jack Straw, ministro da
Justiça, e David Miliband, ministro das Relações Exteriores.
A pressa em renovar a liderança do partido aumentou depois do fracasso nas eleições regionais parciais de Glasgow
Leste, que na última quinta-feira resultaram na terceira derrota em pleitos regionais trabalhistas em nove semanas.
"A pergunta não é "se" haverá
uma tentativa de derrubar
Brown, e sim "quando'", resumiu o "Daily Mail".
Em maio, os trabalhistas sofreram outra derrota crucial
nas eleições locais -tiveram
24% dos votos, seu pior desempenho dos últimos 40 anos. O
partido ficou atrás não apenas
dos maiores rivais, os conservadores (44%), como também dos
liberal-democratas (25%).
Entre causas apontadas para
as derrotas estão a crise das hipotecas, que começou nos EUA
e atingiu com força o Reino
Unido; uma impopular reforma
no Imposto de Renda, que abalou famílias trabalhadores, base do partido; e o desgaste natural depois de 11 anos de poder.
Pressão interna
Segundo o influente diário
"The Guardian", há uma pressão pesada sobre Straw e outros
trabalhistas de alto escalão para liderar uma delegação e convencer Brown a renunciar o
quanto antes, "pelo bem do trabalhismo".
O premiê tem até junho de
2010 para convocar uma nova
eleição legislativa. Mas há fortes considerações no partido
para impedir Brown de continuar à frente dos trabalhistas
durante o pleito, em momento
de alta impopularidade.
Em público, líderes seguem
tergiversando sobre o suposto
complô. Ontem, Jack Straw insistiu estar "absolutamente
convencido" de que Brown deve permanecer no cargo.
Mas um aliado seu, o ex-ministro George Howarth, pediu
publicamente a saída de
Brown: "Nas próximas semanas, as pessoas precisam pensar seriamente sobre como
proceder para sair [da crise].
Obviamente, isso inclui a questão da liderança do partido",
disse, segundo o "Guardian".
De acordo com levantamento divulgado no site Electoral
Calculus, baseado em pesquisas nacionais, se as eleições gerais britânicas fossem hoje, os
conservadores conseguiriam
63% dos votos, contra 34% dos
trabalhistas. O cálculo se baseia
em pesquisas feitas com 6.378
pessoas entre 4 e 20 de julho. A
margem de erro não foi informada. Nas eleições de 2005,
conservadores obtiveram 33%,
contra 36% dos trabalhistas.
Com agências internacionais
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