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Jordânia vê manutenção de papel dos EUA após eleição
Chanceler do país, porém, adverte contra ataque a Irã
SAMY ADGHIRNI
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Salaheddin al Bashir, defende a atuação
da Casa Branca no Oriente Médio e afirma que a política do
atual governo americano na região será mantida independentemente do resultado da eleição presidencial dos Estados
Unidos em novembro.
"Os EUA têm e devem continuar tendo um papel central no
Oriente Médio, pois dispõem
da força necessária para empurrar e manter no trilho o andamento da paz, principalmente no âmbito israelo-palestino",
afirmou Bashir à Folha durante uma visita feita a São Paulo,
no último dia 16.
O chanceler da Jordânia
-país que é um dos principais
aliados de Washington no
Oriente Médio- afirmou que
tanto o republicano John
McCain como o democrata Barack Obama -virtuais candidatos à Presidência dos EUA- seguirão buscando caminhos para "uma paz duradoura".
Apesar do tom otimista do
ministro, a atuação da Casa
Branca no Oriente Médio vem
sendo criticada, e o presidente
George W. Bush, em fim de
mandato, deixará um legado
controverso. Em sua lista figuram a invasão do Iraque e incapacidade de estabilizar o país,
negociações de paz infrutíferas
entre palestinos e israelenses e
tensões com Irã e Síria.
Ataque ao Irã
Mesmo sendo aliado do governo americano, Bashir advertiu que um ataque às centrais
nucleares do Irã teria "conseqüências gravíssimas" na região e em todo o mundo.
"A história mostra que o uso
da força no Oriente Médio sempre causa instabilidade e atraso
econômico. [Um ataque] teria
desdobramentos muito nefastos e graves para todos", disse o
chanceler, numa referência à
possibilidade de bombardeio
americano ou israelense ao Irã,
levantada há algumas semanas
por causa do impasse sobre o
programa nuclear de Teerã.
A visita de Bashir ocorreu no
âmbito dos preparativos para a
vinda ao Brasil do rei Abdullah
2º da Jordânia, em outubro. O
governo de Amã quer que empresas brasileiras usem o território jordaniano para fazer negócios com o Iraque, onde a
violência é um empecilho para
operações diretas.
"Somos uma base diferenciada para quem tiver interesse
em trabalhar no Iraque, tanto
em comércio como em investimento. Nossa base logística e
de recursos humanos representa uma ferramenta crucial",
explicou Bashir em sua exposição na Câmara de Comércio
Árabe-Brasileira.
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