|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Explosões matam 16 pessoas e ferem 154 em Istambul
Duas bombas seqüenciais provocaram pânico no bairro popular de Gungoren
Ataque ocorreu na véspera de julgamento sobre o premiê turco e seu partido, o AK; nenhum grupo havia reivindicado a autoria
DA REDAÇÃO
Duas explosões mataram ontem à noite pelo menos 16 pessoas e feriram outras 154 em Istambul, cidade mais populosa
da Turquia. As bombas, colocadas em latas de lixo em Gungoren, um bairro popular, foram
detonadas em um intervalo de
dez minutos, por volta das 22h
locais (16h em Brasília).
Segundo o vice-primeiro-ministro turco Hayati Yazici, 15
dos feridos corriam risco de
morte. A maioria das pessoas
foram atingidas pelo segundo
ataque após correrem ao local
-uma zona de pedestres onde
o movimento é grande, mesmo
à noite- para ver o que acontecera e ajudar as vítimas da primeira bomba.
"A primeira explosão não foi
tão forte", disse Huseyin Senturk, dono de uma loja de sapatos na vizinhança. "Muita gente
veio ver o que estava acontecendo. Foi quando ocorreu a
segunda explosão, que feriu
muitos curiosos." A primeira
bomba explodiu em uma cabine telefônica e a segunda foi detonada a poucos metros.
Para o chefe do governo local,
Muammer Guler, não há dúvidas de que se tratou de um
atentado terrorista. A primeira
explosão provavelmente visou
atrair mais pessoas para o local.
"O fato de que havia uma multidão na área aumentou o número de vítimas", disse Guler.
Imagens exibidas pelas TVs
locais mostraram o pânico dos
moradores. Pessoas ensangüentadas e desorientadas corriam em todas as direções, entre vidros quebrados, roupas e
manequins destroçados. A polícia isolou o local das explosões.
Julgamento
Hoje, começa na Turquia o
julgamento no Tribunal Constitucional que pode determinar
a ilegalidade do partido governista AK, legenda islamista de
centro-direita. O procurador-geral acusa o AK de violar o secularismo imposto pela legislação. Ele pede a dissolução do
partido e a proibição de que o
premiê Tayyip Erdogan e outros 70 políticos ingressem em
outras legendas por cinco anos.
Ainda não se sabe se há relação entre os atentados e o julgamento. No passado recente, o
país foi alvo de atentados de
militantes islâmicos e de separatistas curdos, organizados no
PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão).
Nenhum grupo tinha assumido a autoria das explosões
até o fechamento desta edição.
Os investigadores examinam
imagens captadas por câmeras
de vigilância. Fontes militares
citadas por TVs locais e pela
americana CNN afirmam que o
PKK é o principal suspeito.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Carniceiro de Belgrado: Irmão confirma apelo contra extradição Próximo Texto: Índia: Plícia detém 30 e reforça segurança Índice
|