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Mulheres-bomba matam 49 no Iraque
Outras 12 pessoas são mortas a tiros em enfrentamento entre etnias após atentado na cidade de Kirkuk; feridos superam 260
Ataques que visaram xiitas na capital e curdos no norte não têm ligação aparente e encerram calmaria; nenhum grupo reivindicou autoria
Tengku Bahar/France Presse
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Policial iraquiano inspeciona a bolsa de uma peregrina xiita a caminho do santuário do imã Musa al Khadhim, no norte de Bagdá
DA REDAÇÃO
Pelo menos 49 pessoas morreram e mais de 260 ficaram feridas ontem em atentados executados por mulheres-bomba
em Bagdá e Kirkuk, no norte do
Iraque. As explosões põem fim
a um período de relativa calmaria no país, durante o qual a violência atingiu seus níveis mais
baixos desde 2004, e marcam
um fenômeno crescente: o uso
de mulheres como terroristas
suicidas (leia texto ao lado).
Até o fechamento desta edição, nenhum grupo reivindicou
a autoria dos dois ataques, que
não tiveram ligação aparente.
Em Kirkuk, após o atentado
que matou 17 pessoas por volta
das 10h30 durante um protesto, outras 12 foram mortas em
confronto entre curdos e turcomenos. Seguranças pertencentes a essa segunda etnia -que
perfaz menos de 3% da população do país- abriram fogo contra a multidão que tomara a sede de um partido local.
Apesar de o atentado trazer
marcas de grupos sunitas, os
curdos acusaram os turcomenos, passando a lançar pedras
nas sedes dos partidos que os
representavam. Ao menos 25
seguranças e 127 civis foram feridos no confronto.
O episódio foi um dos mais
graves confrontos em Kirkuk
desde o início da guerra, em
2003. Os manifestantes protestavam contra o projeto de lei
sobre eleições provinciais que,
depois de rejeitado pelo Conselho Presidencial na última
quarta, voltou ao Parlamento.
Enquanto os curdos defendem que Kirkuk -importante
pólo petroleiro- pertença à região semi-autônoma do Curdistão, árabes e turcomenos
querem que permaneça sob a
autoridade do governo central
e insistem na sua divisão em
quatro distritos étnicos.
Peregrinos em Bagdá
Na mesma manhã, por volta
das 8h, três mulheres-bomba
detonaram-se em Bagdá, matando 32 pessoas e ferindo pelo
menos 64. Segundo o "New
York Times", todas as vítimas
eram peregrinos xiitas.
O atentado em Bagdá aconteceu na véspera da celebração da
morte de um dos 12 imãs do
xiismo, cujos restos encontram-se na mesquita de Kadhamiya, a noroeste da capital.
Pelo menos 1 milhão de peregrinos devem ir a Bagdá até hoje na celebração que, em 2005,
já fora manchada com a morte
de quase mil pessoas durante
uma ameaça de atentado seguida de tumulto -o episódio
mais mortífero no país desde a
invasão pelos EUA.
Com agências internacionais e "The New York Times"
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