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GUERRA SEM LIMITES
Terroristas invadem um complexo residencial em Khobar e tomam 50 estrangeiros como reféns
Al Qaeda faz 16 mortos na Arábia Saudita
DA REUTERS
Terroristas aparentemente ligados à rede Al Qaeda mataram pelo menos 16 pessoas -nove sauditas e sete estrangeiros- numa
série de ataques ontem na cidade
petrolífera de Khobar, na Arábia
Saudita, e fizeram cerca de 50 reféns, vários deles ocidentais, em
um complexo residencial.
Forças de segurança sauditas
cercaram o complexo, mas, aparentemente, evitaram invadi-lo.
Tiros foram ouvidos nas imediações. Um policial disse que os terroristas estavam usando os reféns
como escudos humanos e que
membros das forças de segurança
tentavam negociar sua libertação.
"As forças de segurança temem
entrar no complexo porque eles
têm granadas", completou.
De acordo com os sauditas, entre os estrangeiros mortos estão
um americano, um britânico, um
egípcio, dois filipinos, um indiano
e um paquistanês. Dos sauditas,
dois eram civis, e sete, membros
de forças de segurança. Entre os
seqüestrados, há americanos e,
principalmente, italianos, além de
árabes cristãos.
O príncipe Abdullah, governante "de facto" da Arábia Saudita,
prometeu esmagar "o grupo desviado até erradicá-lo". Disse que
os terroristas querem atingir a
economia saudita, levando estrangeiros que trabalham na indústria petrolífera a abandonar o
país. Após o ataque, a embaixada
dos Estados Unidos na Arábia
Saudita emitiu comunicado pedindo aos cidadãos americanos
que deixem o país.
Um comunicado, atribuído à
rede Al Qaeda e enviado a sites islâmicos, assumiu a responsabilidade pelos ataques. O grupo busca desestabilizar a monarquia
saudita, aliada dos norte-americanos.
O ataque ocorre dois dias depois de o principal dirigente da Al
Qaeda na Arábia Saudita, Abdulaziz al Muqrin, ter divulgado planos de guerrilha urbana para derrubar a família real.
Esse foi o terceiro ataque contra
estrangeiros em menos de um
mês no país e o segundo especificamente voltado contra a indústria do petróleo. A instabilidade
no reino, o maior exportador de
petróleo do mundo, é apontada
como um dos fatores para a recente alta dos preços de óleo.
No começo deste mês, terroristas mataram cinco estrangeiros
num ataque ao pólo petroquímico de Yanbu, no mar Vermelho.
Um alemão também foi morto
neste mês por tiros disparados
num distrito de compras de Riad.
No ataque de ontem, militantes
abriram fogo contra o edifício Al
Khobar Petroleum Center, onde
ficam os escritórios de grandes
empresas de petróleo ocidentais,
antes de invadir os complexos
que abrigam as casas dos funcionários. Testemunhas contam que
dois veículos com identificações
militares entraram no complexo
Apicorp onde mataram uma
criança egípcia de dez anos.
Ainda segundo testemunhas, os
terroristas amarraram o corpo de
um britânico morto -um funcionário da empresa de petróleo
árabe Apicorp- a um carro e o
arrastaram por dois quilômetros
antes de atirá-lo perto de uma
ponte.
Os terroristas, que vestiam uniformes militares, também invadiram os condomínios Rami e Oásis, onde fizeram os reféns. "Pistoleiros ainda estão à solta. As pessoas estão em suas casas, com as
cabeças no chão. Ninguém pode
dar números finais de mortos",
disse um diplomata ocidental.
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