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IRAQUE OCUPADO
De volta de Bagdá, presidente agradece "sacrifício" das famílias de militares; comandante muda estratégia
Bush diz que moral das tropas está alto
DA REDAÇÃO
Após uma rápida passagem por
Bagdá na última quinta-feira, Dia
de Ação de Graças, o presidente
americano, George W. Bush, declarou ontem que o moral de suas
tropas no Iraque está alto, apesar
dos constantes ataques sofridos
pelas forças de ocupação no país.
A ação da insurgência iraquiana
levou Washington a decidir mudar a configuração de suas tropas,
conforme anunciou o principal
comandante militar americano
em campo.
"Tenho o prazer de lhes informar, voltando do front, que nossos soldados estão fortes, que o
moral está alto e que nossas Forças Armadas têm confiança de
que vamos nos impor", declarou
o presidente em seu discurso semanal no rádio, gravado na sexta-feira e transmitido ontem. "Minha mensagem às tropas foi clara:
o país está agradecido e orgulhoso
por seu serviço. A América está
com vocês em tudo aquilo que fizerem para defendê-la."
O presidente partiu para Bagdá
na noite de quarta-feira, sob um
esquema de sigilo absoluto que
envolveu a imprensa, proibida de
divulgar a viagem até que Bush
estivesse voltando para Washington. No aeroporto internacional
da capital iraquiana, ele confraternizou com um grupo de 600
soldados durante o jantar de Ação
de Graças, uma das datas mais celebradas pelos americanos. Duas
horas e meia depois, pegou o
avião de volta. Foi a primeira vez
que um presidente americano esteve no Iraque.
No discurso de ontem, Bush,
criticado por não ter participado
de nenhum funeral de soldado
morto no Iraque, contemporizou
o sofrimento das famílias.
"Este fim de semana de festa
também é um momento no qual
muitas famílias de militares estão
orgulhosas, mas também sentem
a separação e estão preocupadas",
afirmou. "Cada pessoa que morre
cumprindo seu dever leva a gratidão especial do povo americano.
E as famílias de militares que estão de luto devem saber disso:
nosso país não vai esquecer seus
entes queridos nem o sacrifício
feito para proteger a todos nós."
Mais soldados
Os EUA têm hoje cerca de 130
mil soldados no Iraque, contingente que o Pentágono pretende
reduzir para 108 mil até maio do
próximo ano.
No entanto o comandante das
forças em terra no país, general
Ricardo Sanchez, afirmou que o
número de soldados da infantaria
-linha de frente nos combates-
será ampliado, e que a frota, hoje
baseada em tanques e veículos
blindados, será aos poucos transformada em uma frota especializada em combates urbanos, com
veículos mais leves e ágeis.
A decisão marca o que o general
chamou de uma "nova fase" na
guerra, a ser iniciada com o revezamento dos soldados no início
do próximo ano. O principal objetivo é conter os ataques contra
as tropas americanas e contra os
iraquianos e as forças de outros
países que se aliaram a elas.
"Vamos mudar a composição
de nossas forças. Teremos mais
soldados na infantaria. Vamos ter
uma força mais móvel, que tenha
a proporção correta entre agilidade e força. Buscamos uma força
muito móvel, muito leve e mortífera, que possa cumprir sua missão. Essas regras foram ditadas
por nossos inimigos", declarou
Sanchez.
O general afirmou ainda que,
por enquanto, "não há necessidade" de aumento no contingente
americano no Iraque, mas tampouco há pressão por parte do governo para reduzi-lo.
A redução planejada para o próximo ano, segundo ele, vai ocorrer naturalmente com a substituição dos soldados que atuam nas
áreas de transporte, logística e comunicação por prestadores de
serviços civis.
"Nosso governo em Washington já afirmou diversas vezes que,
se houver necessidade de convocar forças adicionais, tudo o que
eu tenho que fazer é pedir."
Com agências internacionais
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