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Infância 'perdida' inspira projetos Ideias de negócios surgem de lacunas reais, como a falta de espaço para brincadeiras antigas COLABORAÇÃO PARA A FOLHALogo após o nascimento de Pietra, hoje com um ano e dois meses, a produtora cultural e socióloga Roberta Martinho, 37, sentiu falta de um lugar de confiança onde pudesse deixar sua filha por apenas algumas horas para ir a um compromisso à noite, com o marido ou os amigos. Ela precisava de um lugar onde a Pietra pudesse brincar com outras crianças e que, além disso, respeitasse seus hábitos educativos e alimentares. "Eu estava brincando com ela quando tive a ideia. Criei a BobBabá, que oferece esse tipo de serviço." Sua casa é completamente adaptada para crianças. Na sala espaçosa de seu apartamento, na Vila Mariana (zona sul), ficam expostos vários tipos de brinquedos. Tudo é feito para garantir a segurança dos pequenos. "O espaço é gostoso e minha filha adora receber visitas", diz Martinho. Ela conta que procura conciliar a nova atividade com a profissão de produtora, que desempenha em casa, enquanto a filha está na escola. "Adoro o que faço, mas desde que Pietra nasceu, veio a vontade de desenvolver algo ligado ao universo infantil." O serviço especial de babysitter é oferecido de segunda à sexta-feira, a partir das 18h. "Pensei em um negócio que seja importante para outras mães e que possibilite, por exemplo, momentos a sós com seus maridos, como sair para jantar ou ir ao cinema", completa. COMO ANTIGAMENTE A artista plástica Natália Brown, 32, do Recife (PE), incomodava-se com a maneira com que sua filha Luisa, 9, estava crescendo, muito diferente do seu tempo de criança. "Eu brincava na rua, no quintal, ia a pé para escola. Hoje, moro em um condomínio onde não há outras crianças. Além disso, se ela for descer para brincar, tenho que acompanhá-la, pois não acho seguro deixá-la sozinha", diz. Outro fator que incomodava Brown era que Luisa poderia gastar muito tempo na frente do computador ou da TV. Foi então que decidiu, com outras amigas, criar o projeto Tardes de Quintal, que promove oficinas de arte e brincadeiras antigas, como amarelinha e pique-esconde, no quintal da Galeria MauMau, espaço de cultura alternativa na capital pernambucana. "A maioria das crianças não tem mais acesso a um quintal para brincar de maneira saudável e lúdica", diz Brown. Mas nem tudo é encantado na jornada das mães empresárias. Tocar um negócio próprio é também uma espécie de maternidade e conciliar as duas, apesar de as rotinas coincidirem em alguns casos, não é simples. "Antes de empreender com filhos por perto, é fundamental ter o apoio de pessoas próximas, porque o trabalho será sempre maior do que se imagina. Principalmente no início, quando os recursos são escassos", afirma Daniela Buono. "A empresa será gestada, parida e alimentada como um segundo ou terceiro filho, mas não é um ser humano. É necessário medir constantemente os resultados e planejar os próximos passos. Se não conseguir, vale procurar um mentor ou consultor." Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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