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GESTÃO
Queixa foi feita por 52% dos estudantes entrevistados; formato é opção de consultoria para pequenos
Falta apoio docente a empresa júnior
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Metade dos universitários que
atuam como empresários juniores -52%- não consideram satisfatório o nível de interesse dos
professores das faculdades em
que estudam em apoiar as empresas juniores brasileiras.
A conclusão é de um estudo inédito, obtido com exclusividade
pela Folha, realizado pela Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), com 201 estudantes, de diversas empresas.
Segundo o professor Edson
Marques Oliveira, doutor em empreendedorismo social, responsável pelo trabalho, a pouca participação dos professores é explicada
pelo desconhecimento do modelo
e pelo receio de que a empresa júnior "roube" mercados, sobretudo na área de consultoria.
Representantes do movimento
das empresas juniores concordam. "São conceitos ainda novos.
Há alguns professores que se interessam, e esses se dedicam mesmo, abraçam a causa. Mas são
poucos", afirma Fábia Castro Alves, 20, coordenadora-geral do
12º Encontro Nacional de Empresas Juniores e da 1ª Conferência
Mundial de Empresas Juniores,
realizadas simultaneamente na
última semana em Fortaleza.
"Nosso objetivo é trabalhar com
as micro e as pequenas empresas.
Nós nos dedicamos a criar um novo mercado e não a tomar o lugar
das consultorias que já existem
por aí", explica a coordenadora,
que também é presidente da Ecomunicação, empresa júnior de comunicação da UFC (Universidade Federal do Ceará).
Bom e barato
Para o professor da Unioeste, as
empresas juniores são uma alternativa para que firmas de pequeno porte que nunca tiveram acesso a serviços de consultoria administrativa, contábil, econômica,
jurídica e de marketing, entre outras, possam experimentá-los pela primeira vez. "E com qualidade", enfatiza Oliveira. "Todos os
projetos têm a orientação de professores bem preparados."
Entre os novos mercados abertos pelas empresas juniores está o
atendimento ao terceiro setor, sobretudo a pequenas ONGs e a associações como as de bairro.
O estudo mostra que os principais problemas vividos pelos juniores são a falta de apoio (de professores, da universidade e dos
colegas), a falta de recursos e a rotatividade dos membros.
Esse último ponto, embora dificulte a gestão da empresa, é também apontado como uma das
grandes vantagens do modelo,
por possibilitar o aprendizado de
vários estudantes.
Os eventos de Fortaleza, segundo os organizadores, reuniram
cerca de 1.800 empresários juniores, representando cerca de 30
países, entre eles Alemanha, Argentina, Equador, EUA, França e
Itália. De acordo com Alves, o primeiro encontro nacional do movimento, há 12 anos, reuniu 70
pessoas em uma sala de aula da
USP (Universidade de São Paulo).
(BRUNO LIMA)
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