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CONTRA A MARÉ
Segundo empresária, crise é momento para "colocar a casa em ordem"
Dona de escola decide investir
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Diminuir o ritmo ou aproveitar a crise para se sobressair
no mercado? O que pode parecer para muitos o fim da linha é
encarado por outros como uma
oportunidade de ouro para conquistar novos públicos ou simplesmente otimizar os processos internos da empresa.
A pequena empresária Áurea
Weber, 41, dona de duas escolas
de inglês em Osasco (Grande
São Paulo), diz aproveitar a falta
de novos negócios que marca o
atual cenário econômico para
"deixar a casa em ordem".
"Foi a pior crise que eu já vi,
houve um recuo de 10% a 15%
no volume de matrículas em
relação a 2001. Mas não posso
adiar os investimentos, presidentes entram e saem do governo, a gente tem de continuar
trabalhando", resume.
Empresária há 13 anos, Weber
planeja terminar de investir neste final de ano os R$ 50 mil que
vem aplicando em reformas e
treinamento de pessoal desde
abril. Apesar do ano ruim, ela
diz não temer a possibilidade
de ficar no prejuízo. "No mínimo, serve para espantar o baixo
astral do clima recessivo. Se eu
deixar tudo funcionando agora,
estarei preparada para quando
o movimento retornar."
Para garantir os investimentos em publicidade, ela montou
uma associação de pequenas escolas de idiomas. Reunindo 22
empresas de São Paulo, São Bernardo do Campo e Barueri, planeja agora aplicar R$ 20 mil
mensais para divulgar os associados. "Como somos pequenos
e queremos continuar independentes, só atingimos o grande
público por meio de uma associação", explica Weber.
Estratégia
Embora longe dos R$ 100 milhões de faturamento anual do
Yázigi -franquia de ensino de
línguas com 350 escolas em todo o país-, a empresária de
Osasco está adotando uma estratégia parecida com a da rede.
"Não é ousadia, é algo racional. É uma oportunidade para
reposicionamento em um mercado que tem andado devagar
nos últimos dois anos", analisa
o presidente do Yázigi, Ricardo
Young, justificando o aporte
de R$ 7 milhões no desenvolvimento de um novo método de
aprendizado de inglês.
Segundo ele, 2003 ainda deve
ser ruim para os negócios, mas o
investimento de agora pode
render bons frutos em 2004.
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