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FEIRA
Estratégia visa alavancar vendas no exterior para, indiretamente, aquecer mercado interno
País quer vestir criançada "gringa"
TATIANA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Criar um visual infanto-juvenil
"tipicamente brasileiro" e, com
ele, ganhar o mundo. Disseminada entre as empresas nacionais do
setor de roupas e acessórios para
crianças e adolescentes, a estratégia parece ter despontado como
possibilidade de reação às sucessivas baixas do mercado interno.
A discussão esteve presente nas
entrelinhas do 6º Salão Infanto-Juvenil e Bebê, realizado no
Anhembi, em São Paulo, durante
a semana passada. Nos estandes
do evento, customização de peças
e uso de detalhes artesanais converteram-se em apelos para fisgar
os compradores internacionais.
"As vendas do país não vão bem
há anos", disse Sandra Fiore, diretora do evento. "Vamos fazer o
caminho mais longo: vender lá
para gerar empregos aqui. Assim
aquecemos o mercado nacional."
Japão, Estados Unidos, França e
Arábia Saudita estão no rol dos
potenciais compradores da produção brasileira, segundo declarou Fiore. "Estamos ancorados
numa pesquisa do Ministério das
Relações Exteriores. E orientando
as empresas a atender os padrões
de qualidade internacionais."
No estande da Green, a coordenadora de exportação Denise Molero, antenada com a proposta,
exibia, nas etiquetas das peças da
marca, preços em real, em dólar e
em euro. "Hoje, 8% da nossa produção vai para o exterior, mas
queremos abrir 50 lojas lá fora em
cinco anos", afirmou Molero. A
marca chamou a atenção com o
tecido exclusivo para roupas impermeáveis Easy Green.
Biquíni
Já a Sol da Manhã lançou mão
do tecido Invisible para dar mais
charme aos biquínis. Com a tecnologia, as peças ganham estampas quando molhadas. "Recorremos a vários recursos artesanais",
disse Gustavo Marques, dono.
O fanatismo pelo futebol tem sido a aposta da Torcida Baby para
conquistar o exterior. A empresa,
que usa marcas de times em uniformes para bebês, já levou a proposta à Alemanha e está negociando com a Inter de Milão. "Nos
últimos seis meses, crescemos
56% em relação ao mesmo período em 2003", informou José Adolfo Queiroz, dono.
Segurança foi o aspecto mais explorado pelas marcas de puericultura e de móveis infantis. A JC
Móveis, por exemplo, levou à feira um berço anti-refluxo e um baú
que não machuca os dedos.
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