São Paulo, domingo, 04 de julho de 2004


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FEIRA

Estratégia visa alavancar vendas no exterior para, indiretamente, aquecer mercado interno

País quer vestir criançada "gringa"

TATIANA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Criar um visual infanto-juvenil "tipicamente brasileiro" e, com ele, ganhar o mundo. Disseminada entre as empresas nacionais do setor de roupas e acessórios para crianças e adolescentes, a estratégia parece ter despontado como possibilidade de reação às sucessivas baixas do mercado interno.
A discussão esteve presente nas entrelinhas do 6º Salão Infanto-Juvenil e Bebê, realizado no Anhembi, em São Paulo, durante a semana passada. Nos estandes do evento, customização de peças e uso de detalhes artesanais converteram-se em apelos para fisgar os compradores internacionais.
"As vendas do país não vão bem há anos", disse Sandra Fiore, diretora do evento. "Vamos fazer o caminho mais longo: vender lá para gerar empregos aqui. Assim aquecemos o mercado nacional."
Japão, Estados Unidos, França e Arábia Saudita estão no rol dos potenciais compradores da produção brasileira, segundo declarou Fiore. "Estamos ancorados numa pesquisa do Ministério das Relações Exteriores. E orientando as empresas a atender os padrões de qualidade internacionais."
No estande da Green, a coordenadora de exportação Denise Molero, antenada com a proposta, exibia, nas etiquetas das peças da marca, preços em real, em dólar e em euro. "Hoje, 8% da nossa produção vai para o exterior, mas queremos abrir 50 lojas lá fora em cinco anos", afirmou Molero. A marca chamou a atenção com o tecido exclusivo para roupas impermeáveis Easy Green.

Biquíni
Já a Sol da Manhã lançou mão do tecido Invisible para dar mais charme aos biquínis. Com a tecnologia, as peças ganham estampas quando molhadas. "Recorremos a vários recursos artesanais", disse Gustavo Marques, dono.
O fanatismo pelo futebol tem sido a aposta da Torcida Baby para conquistar o exterior. A empresa, que usa marcas de times em uniformes para bebês, já levou a proposta à Alemanha e está negociando com a Inter de Milão. "Nos últimos seis meses, crescemos 56% em relação ao mesmo período em 2003", informou José Adolfo Queiroz, dono.
Segurança foi o aspecto mais explorado pelas marcas de puericultura e de móveis infantis. A JC Móveis, por exemplo, levou à feira um berço anti-refluxo e um baú que não machuca os dedos.


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