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CORTE LEGAL
Custo elevado dificulta a certificação dos produtos
Adequação às normas ambientais e trabalhistas é requisito para selo
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de ser condição para a
exportação, a certificação de
produtos madeireiros e não-madeireiros das florestas ainda
encontra resistência de pequenas empresas do setor.
As causas para a não-adesão
ao certificado são duas, sobretudo: o alto custo desse selo e a
exigência da adequação às normas ambientais e trabalhistas
necessárias para consegui-lo.
É o que aponta Luise Marta
Bauch, diretora-executiva da
FSC Brasil (Conselho Brasileiro de Manejo Florestal), instituição responsável pelo certificado internacional.
"Às vezes, o custo para a adequação das áreas de manejo e
da cadeia de custódia -que
processa a matéria-prima bruta- é mais alto do que a certificação em si. Mas vale a pena investir nesse selo por causa da
possibilidade de exportação",
defende.
Segundo Bauch, atualmente,
há 5 milhões de hectares de florestas certificados pelo FSC.
Fábio Albuquerque, 50, diretor da Ecolog, madeireira sustentável, acrescenta que a falta
de escala é outro fator que pode
prejudicar a pequena madeireira. "Se a área de exploração é
pequena, ela tira poucas espécies e não tem escala. Além disso, o maquinário é caríssimo."
O Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial)
também certifica empresas que
atuam de maneira sustentável.
O Cerflor (Programa Brasileiro de Certificação Florestal)
foi criado em 2002 e está presente em mais de 1 milhão de
hectares de florestas.
O diretor de qualidade do Inmetro, Alfredo Lobo, salienta
que a certificação tem "reconhecimento internacional" e é
"mais barata do que o FSC".
Em ambos os casos, porém,
quem atesta a sustentabilidade
são as certificadoras acreditadas tanto pelo FSC quanto pelo
Cerflor.
Mercado externo
Na opinião do vice-presidente da Associação de Produtores
de Florestas Certificadas, Sandro Bracchi, 42, que também é
empresário do setor madeireiro, em pouco tempo, "a certificação irá se tornar obrigatória".
Exemplo disso foi a aprovação, no mês passado, nos Estados Unidos, de uma emenda ao
"Lacey Act" (lei ambiental) que
proíbe a importação de madeira extraída ilegalmente.
(MCN)
Gráfica utiliza produto verde
O papel certificado é
a matéria-prima
utilizada pela gráfica
D'Lippi, de acordo
com o proprietário,
Marco D'Lippi, 37.
"Esse produto não é
mais caro. O que
muda é o valor
agregado de
sustentabilidade",
diz. Depois de seis
meses e de um
investimento de
R$ 10 mil, a gráfica
conseguiu o selo FSC
e hoje tem clientes
estrangeiros.
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