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São Paulo, domingo, 09 de março de 2003


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LUCRO NO FRIO

Momento é ideal para pesquisar opções em Campos do Jordão, Itaipava e Monte Verde

Já está "aberta" a temporada de inverno

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Mesmo com o calor em São Paulo se intensificando a cada dia que passa, quem pensa em investir em negócios para a temporada de inverno deve começar os preparativos desde já. Prova disso é a disputada concorrência para garantir espaço no shopping Market Plaza, em Campos do Jordão.
As inscrições para triar as lojas já estão abertas e sobram interessados em investir a partir de R$ 80 mil, em média, pela temporada, em espaços de 24 m2 a 150 m2.
Subir a serra atrás de uma clientela seleta e endinheirada fez, no ano passado, 150 empresários disputarem quase que "a tapa" as 72 vagas do shopping de inverno, de acordo com o seu criador, o empresário João Doria Júnior, 45.
A boa notícia é que, nos 7.000 m2, há vagas não só para grandes marcas e franquias já consagradas. Para evitar cair na mesmice de anos anteriores, Doria quer dar espaço a lojistas com novos conceitos e produtos diferenciados.
Assim foi no inverno do ano passado, quando o empresário optou por escolher a joalheira Elaine Hernandez e seus porta-jóias em couro e tecidos finos, cujos valores variam de R$ 200 a R$ 6 mil. Ela não fala sobre números de investimento e de faturamento, mas garante que o retorno foi lucrativo e acima do esperado.

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Lucro, porém, não é o objetivo primordial de quem quer investir em uma cidade como Campos do Jordão. "O fortalecimento da marca é, acima de tudo, a principal razão de o empreendedor levar uma "filial" de sua empresa para o comércio da alta temporada. Aquele que pensa em retorno imediato não entendeu o processo de investimento em mercados sazonais", afirma Francisco Reisner, 49, consultor de marketing.
"O empresário que acha que vai retornar 100% dos investimentos em venda está errado", complementa Jackson Dias Almeida, 35, da L'acqua di Fiori. Segundo ele, o retorno em vendas é de 50%.
A L'acqua di Fiori investiu R$ 250 mil em 2001 em Campos, divididos em aluguel, custo operacional, estoque e funcionários. Só de amostras grátis foram gastos R$ 80 mil, o mesmo valor do aluguel do estande de 30 m2. "É uma oportunidade rara de mostrar seu produto para uma clientela elitizada", completa Almeida.
Além de investir em espaços como o Market Plaza, cujo faturamento total na temporada do ano passado foi de R$ 16,5 milhões, outra alternativa é alugar espaços comerciais em cidades como Itaipava (RJ) e Monte Verde (MG).
Ambas as regiões, no inverno, concentram públicos consumidores da classe média à alta. Não é à toa que montadoras e grandes marcas -habituais investidoras em Campos do Jordão- estão voltando as apostas ao abrir "filiais" nessas regiões serranas.
Em Monte Verde, distrito de Camanducaia, não há contrato de temporada para salas comerciais, mas apenas acordos anuais. Porém, há a possibilidade de alugar espaços para quiosques, estandes e feiras. Um terreno de 1.000 m2, na rua principal do distrito, custa R$ 1.800 pela temporada de julho.
Já em Itaipava, distrito de Petrópolis, onde a diversidade gastronômica é a maior atração, um estabelecimento de 125 m2 custa R$ 25 mil pela temporada.
"Por ser uma cidade serrana, julho é o melhor mês para o comércio em Itaipava, que vem crescendo e ganhando reconhecimento dos consumidores", diz Lauro Wollner, 43, sócio da Wollner, loja de artigos esportivos que há nove anos comercializa na região.
"Fizemos um teste em Itaipava, na nossa primeira loja. Estamos lá até hoje, mas agora com outras filiais nos principais shoppings do Rio de Janeiro e também na rua Oscar Freire, em São Paulo", conta, admitindo que o faturamento da loja em julho é igual ao de uma no shopping. "Mas tem o fortalecimento e o reconhecimento da marca. Isso é importante."
(ANA PAULA DE OLIVEIRA)


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