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LUCRO NO FRIO
Momento é ideal para pesquisar opções em Campos do Jordão, Itaipava e Monte Verde
Já está "aberta" a temporada de inverno
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Mesmo com o calor em São
Paulo se intensificando a cada dia
que passa, quem pensa em investir em negócios para a temporada
de inverno deve começar os preparativos desde já. Prova disso é a
disputada concorrência para garantir espaço no shopping Market
Plaza, em Campos do Jordão.
As inscrições para triar as lojas
já estão abertas e sobram interessados em investir a partir de R$ 80
mil, em média, pela temporada,
em espaços de 24 m2 a 150 m2.
Subir a serra atrás de uma clientela seleta e endinheirada fez, no
ano passado, 150 empresários disputarem quase que "a tapa" as 72
vagas do shopping de inverno, de
acordo com o seu criador, o empresário João Doria Júnior, 45.
A boa notícia é que, nos 7.000
m2, há vagas não só para grandes
marcas e franquias já consagradas. Para evitar cair na mesmice
de anos anteriores, Doria quer dar
espaço a lojistas com novos conceitos e produtos diferenciados.
Assim foi no inverno do ano
passado, quando o empresário
optou por escolher a joalheira
Elaine Hernandez e seus porta-jóias em couro e tecidos finos, cujos valores variam de R$ 200 a
R$ 6 mil. Ela não fala sobre números de investimento e de faturamento, mas garante que o retorno
foi lucrativo e acima do esperado.
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Lucro, porém, não é o objetivo
primordial de quem quer investir
em uma cidade como Campos do
Jordão. "O fortalecimento da
marca é, acima de tudo, a principal razão de o empreendedor levar uma "filial" de sua empresa para o comércio da alta temporada.
Aquele que pensa em retorno
imediato não entendeu o processo de investimento em mercados
sazonais", afirma Francisco Reisner, 49, consultor de marketing.
"O empresário que acha que vai
retornar 100% dos investimentos
em venda está errado", complementa Jackson Dias Almeida, 35,
da L'acqua di Fiori. Segundo ele, o
retorno em vendas é de 50%.
A L'acqua di Fiori investiu
R$ 250 mil em 2001 em Campos,
divididos em aluguel, custo operacional, estoque e funcionários.
Só de amostras grátis foram gastos R$ 80 mil, o mesmo valor do
aluguel do estande de 30 m2. "É
uma oportunidade rara de mostrar seu produto para uma clientela elitizada", completa Almeida.
Além de investir em espaços como o Market Plaza, cujo faturamento total na temporada do ano
passado foi de R$ 16,5 milhões,
outra alternativa é alugar espaços
comerciais em cidades como Itaipava (RJ) e Monte Verde (MG).
Ambas as regiões, no inverno,
concentram públicos consumidores da classe média à alta. Não é
à toa que montadoras e grandes
marcas -habituais investidoras
em Campos do Jordão- estão
voltando as apostas ao abrir "filiais" nessas regiões serranas.
Em Monte Verde, distrito de
Camanducaia, não há contrato de
temporada para salas comerciais,
mas apenas acordos anuais. Porém, há a possibilidade de alugar
espaços para quiosques, estandes
e feiras. Um terreno de 1.000 m2,
na rua principal do distrito, custa
R$ 1.800 pela temporada de julho.
Já em Itaipava, distrito de Petrópolis, onde a diversidade gastronômica é a maior atração, um estabelecimento de 125 m2 custa
R$ 25 mil pela temporada.
"Por ser uma cidade serrana, julho é o melhor mês para o comércio em Itaipava, que vem crescendo e ganhando reconhecimento
dos consumidores", diz Lauro
Wollner, 43, sócio da Wollner, loja de artigos esportivos que há nove anos comercializa na região.
"Fizemos um teste em Itaipava,
na nossa primeira loja. Estamos lá
até hoje, mas agora com outras filiais nos principais shoppings do
Rio de Janeiro e também na rua
Oscar Freire, em São Paulo", conta, admitindo que o faturamento
da loja em julho é igual ao de uma
no shopping. "Mas tem o fortalecimento e o reconhecimento da
marca. Isso é importante."
(ANA PAULA DE OLIVEIRA)
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