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Expo Cristã gerou R$ 30 mi na 2ª edição; na Expocatólica, que estreou em 2003, foram R$ 3 mi
Feiras mostram religião como negócio
DA REDAÇÃO
Todo segmento tem uma feira
de negócios correspondente.
Com o religioso não é diferente. A
Expocatólica e a Ficoc Expo Cristã
(Feira e Exposição Internacional
do Consumidor Cristão), ambas
realizadas no mês de setembro no
Expo Center Norte, têm como alvo um público volumoso: 89% da
população brasileira, segundo o
Censo 2000 do IBGE (Fundação
Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), o último realizado.
A Ficoc, que é organizada por
evangélicos e vai para a terceira
edição, reuniu 30 mil pessoas no
ano passado (em seis dias). A estimativa para 2004 é de 70 mil.
O número de expositores também aumentou: 57 em 2002, 150
em 2003 e estimados 200 para
2004. Os resultados financeiros
pós-feira no ano passado foram
de R$ 30 milhões, segundo a organização. "O mercado tem enxergado de forma positiva esse crescimento, e grandes empresas têm
investido", diz Emilio Fernandes
Junior, diretor comercial do Grupo EBF, responsável pelo evento.
"Recentemente", conta, "a Som
Livre lançou uma coletânea com
louvores e hinos cristãos. As
oportunidades de investimento
são incontáveis", afirma o diretor.
Na feira católica, que debutou
no ano passado, 21 mil visitantes
se espalharam pelos 168 estandes
(durante os quatro dias). A movimentação financeira ficou em
aproximadamente R$ 3 milhões.
Neste ano, a organização espera
atrair 50 mil pessoas; o número de
expositores saltou para 200.
Profissional
"O mercado religioso está em
fase de profissionalização. Sabendo disso, vamos oferecer palestras
sobre administração eclesial e um
fórum de debates sobre o mercado de artigos católicos no Brasil",
diz Fábio Castro, 34, um dos promotores da Expocatólica.
De acordo com o antropólogo
Carlos Steil, professor da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul que estudou o comércio de artigos religiosos em Porto Alegre, a
apresentação das lojas mudou.
"Houve um deslocamento do comércio de ambientes sacralizados
para shoppings. O relacionamento com a religião também mudou:
hoje é mais autônomo."
O Santuário Nacional de Aparecida, que recebeu em 2003 mais
de 7 milhões de visitantes, é um
caso. Nele, um shopping reúne
620 estandes que vendem imagens (as campeãs de venda, segundo os lojistas) e fitinhas, mas
também DVDs e roupas.
Sílvia Fernandes, do Ceris, diz
que o produto consumido varia
conforme a classe. "Nas camadas
populares, sobressai a busca por
imagens e pequenos cristais. Nas
médias, por livros de auto-ajuda."
Expocatólica: www.expocatolica.com.
br; Ficoc: www.ebfeventos.com.br
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