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MARKETING
Uso faz clientes enxergarem o negócio como organizado e confiável, dizem especialistas
Adotar uniformes fortalece a marca
LARA SCHULZE
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A idéia de que uniformes são
feios, incômodos e deselegantes
soa ultrapassada, já que a moda e
a tecnologia enriqueceram esse
mercado com novas opções.
Tanto é verdade que, nos últimos dois anos, houve um crescimento considerável nesse segmento. De acordo com levantamento da Abit (Associação Brasileira das Indústrias Têxteis), no
ano passado, a produção ficou em
160 milhões de peças, um aumento de 4% em relação a 2002.
Os anos anteriores, no entanto,
teriam sido de estagnação, de
acordo com Márcio Franca, presidente do Sindivest (Sindicato das
Indústrias do Vestuário do Distrito Federal). "Os fatores fundamentais para o reaquecimento do
mercado foram a globalização e a
pressão gerada pela competitividade. As empresas se viram obrigadas a apresentar novidades para conquistar espaços", explica.
Estratégias
As estratégias de marketing fizeram crescer dentro das empresas
o interesse por uniformizar as
equipes. "É um dos itens mais importantes para consolidar ou divulgar uma marca, porque passa a
impressão de organização", ressalta Marcos Campomar, especialista em marketing e serviços da
USP (Universidade de São Paulo).
De acordo com o vice-presidente da Foco RH, João Canada, apresentar os funcionários com uniformes dá a sensação de organização, limpeza e confiança, levando
os clientes a concluir que a empresa tem as mesmas qualidades.
"A idéia é que os empregados tenham orgulho de trabalhar ali."
Para Rosana Pedrosa, coordenadora da consultoria de uniformes do Senac (Serviço Nacional
de Aprendizagem Comercial), o
retorno do investimento aparece
com a melhora no desempenho.
"Se o empregado se sente bem no
trabalho, produz melhor. E isso
tem ligação direta com a roupa
que ele usa. Se vestir algo que o incomoda, não irá trabalhar feliz."
Moda
Desenhar uniformes seguindo a
moda também fez o mercado ganhar espaço. O que antes era sisudo e tradicional ganhou novos
cortes, detalhes, combinações e
cores da moda. "Os funcionários
já aceitam melhor a idéia", diz
Maria Auxiliadora Cruz, proprietária da confecção To Work.
"A preferência, hoje, é por modelos mais joviais, porque passam
a imagem de uma empresa dinâmica, que está antenada", explica
a empresária. Para as próximas
estações, ela diz que a tendência é
uma releitura dos anos 60 -calças boca-de-sino, cigarretes e blazers do tipo "spencer".
Praticidade
Uma das vantagens de usar uniformes, no caso do funcionário, é
poder "economizar" suas próprias roupas. No caso das empresas, livrar-se de situações embaraçosas: evitar saias curtas, roupas
justas e decotes escandalosos.
Contrária à idéia de fornecer
uniformes, a joalheria H. Stern
contratou uma consultora para
ajudar na escolha das funcionárias: terninhos, "tailleurs" e vestidos nas cores preto, cinza-chumbo, azul-marinho e marrom são
bem-vindos.
"São roupas clássicas, assim
como as cores. Dessa forma, não
fica difícil achar exemplares
que estejam dentro dos padrões.
Acreditamos que fornecer roupas
profissionais seja um tipo de imposição [de estilo]", defende Tipiti Simonsen Barros, gerente de
projetos especiais.
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