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"ANJOS"
Falta de incentivos fiscais a investimento em capital de risco é reclamação de empresários
"Solitários" agem como formiguinhas
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A falta de incentivos fiscais para
investimentos em capital de risco,
segundo dizem os empresários, é
um dos principais entraves para a
multiplicação dos "anjos".
Esse investimento gera um
comprometimento com a empresa pela compra de ações e visa seu
crescimento, criando as condições necessárias para que possa
competir no mercado. Entretanto, não é garantia de lucro.
"Nos países desenvolvidos, há
medidas específicas para esse tipo
de investimento. Na Inglaterra,
existe a iniciativa de conceder aos
investidores em empresas qualificadas, nascentes ou emergentes
dedução do Imposto de Renda e
isenção de ganhos de capital",
afirma Pimenta-Bueno.
Para Cesar Salim, professor do
departamento de Informática da
PUC-RJ e colaborador do Instituto Gênesis da universidade, o país
precisa desenvolver a crença de
que o empreendedorismo pode
contribuir para a construção do
progresso econômico.
Interessado em testar se os ensinamentos que passava aos alunos
eram assimilados, Salim passou a
atuar de forma mais enfática na
incubadora de empresas da PUC-RJ. "No começo, pretendia dar assessoria empresarial, mas as empresas precisavam de capital, e eu
acabava contribuindo financeiramente, tornando-me sócio dos
alunos que não conseguiam capital de fontes oficiais", conta.
Assim, Salim tornou-se um investidor-anjo. Ele emprestava até
R$ 30 mil aos alunos, mas, às vezes, o ato de "camaradagem" se
transformava em um bom investimento. "Num dos casos, recuperei seis vezes o valor investido
após três anos", afirma. "Mas essa
não é uma regra geral."
"Sempre que precisávamos tomar uma decisão estratégica, recorríamos à sua experiência", diz
Alexandre Cohen, um dos sócios
da Interface TI, empresa que comercializa softwares criada com a
ajuda de Salim no final de 1999.
Para Álvaro Gonçalves, presidente da ABCR (Associação Brasileira de Capital de Risco), a presença de investidores individuais
é muito importante para o desenvolvimento econômico do país,
pois eles oferecem os recursos necessários para o crescimento de
novas empresas.
Anjo, eu?
José Luis Fernandes, 49, faz tudo
o que um investidor-anjo faz, mas
nem sabia que era um deles. O
economista, que recentemente
ocupou a presidência da Caloi,
decidiu assessorar dois amigos a
iniciar uma empresa.
Em 1993, os engenheiros civis
Expedito Arena e Altino Cristofoletti Jr. tiveram a idéia de montar
uma empresa de locação de equipamentos para construção civil.
O empreendimento cresceu e se
tornou uma franquia, a Casa do
Construtor, que hoje conta com
quase 20 lojas no país.
Passados 11 anos, o negócio se
tornou tão lucrativo que Fernandes resolveu se associar a eles.
"Vou investir R$ 150 mil ao longo
de 2004 e devo recuperar esse valor em dois anos", afirma.
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