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A princípio, o empreendedor corre o risco de se perder na enxurrada de números que fazem parte da 30ª edição da feira Couromoda, direcionada às empresas do setor de couro para calçados e para acessórios de vestuário.
O evento, que começa depois de amanhã e vai até sexta-feira, dia 17, vai ocupar 42 mil metros quadrados no pavilhão de exposições do Anhembi, em São Paulo. No espaço, abrigará 800 expositores -responsáveis por 80% da produção nacional de calçados.
Cerca de 50 mil "visitantes profissionais" (lojistas e compradores no atacado) são esperados para a feira, que está 15% maior do que a edição de 2002 e é a terceira maior do mundo nesse segmento.
Desse encontro entre comércio e indústria é esperada uma movimentação de nada menos do que R$ 8 bilhões -20% de todo o volume de negócios realizados anualmente pelo setor no país.

Confiança
À primeira vista, a época de realização da feira parece pouco propícia. Em janeiro os negócios estão pouco aquecidos e, para piorar, um novo governo acabou de assumir o poder, deixando empresários em compasso de espera.
O presidente da Couromoda, Francisco Santos, aponta na direção contrária. "Janeiro é mês de reposição de estoques para os lojistas, e o crescimento da feira mostra que o setor deu um voto de confiança ao presidente Lula."
Fernando Santoro, gerente de marketing da fabricante de calçados Toni Salloum, diz sofrer com o cenário econômico negativo.
"A maior dificuldade não é competir com a concorrência, mas com a renda achatada do consumidor. Porém, estamos com boas expectativas." A marca pretende lançar 20 coleções.
Luís Alfredo Maia, gerente de negócios da Diadora, está controlando o entusiasmo. "Não é bom criar grandes expectativas de vendas. Para nós, as negociações vêm depois do evento", afirma.
A fabricante Free Way planeja bater recorde de público. "Esperamos atender mais do que as 1.500 pessoas do ano passado", conta a gerente Adriana Dias.
Para conquistar mercado, as estratégias são várias. A West Coast pretende agregar valor à marca e trocar clientes da classe C pelos da classe A, mais abastada. Já a Marisol busca consolidar a sua posição como fabricante de calçados para bebês e crianças.