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GUIA DE FRANQUIAS - O MERCADO
Ritmo de expansão do franchising caiu de 12% em 2002 para 3,6% em 2003; estimativa para 2004 é ainda menor
Crise freia crescimento do setor
BRUNO LIMA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O faturamento do franchising
no país cresceu 70% menos no
primeiro ano do governo Lula do
que no ano anterior. Depois de
aumentar sua receita 7% em 2001
e 12% em 2002, o setor cresceu
3,6% em 2003 e prevê fechar 2004
comcrescimento menor, de 3,4%.
Os dados são de pesquisa anual
realizada pelo Instituto Franchising
e pela ABF (Associação Brasileira
de Franchising), que promove
de quarta a sábado em São
Paulo a feira ABF Franchising Expo
2004, maior evento do mercado
brasileiro de franquias.
"Houve uma queda de renda
geral da nação, agravada pela falta
de emprego. Todo o varejo sofreu
com a retração econômica", analisa
o diretor-executivo da ABF,
Ricardo Camargo. De acordo
com ele, redes isoladas, como
Bobīs e Habibīs, sustentaram sozinhas
a alta de alguns segmentos
- no caso, o de alimentação.
O núcleo "Vestuário", segundo
a pesquisa, foi o mais afetado pela
queda do poder aquisitivo da população,
perdendo 7,4% de sua
receita. O campeão em aumento
de receita (28,7%) foi o segmento
"Esporte, saúde, beleza e lazer".
Na pesquisa, o faturamento
total apurado para o franchising
em 2003 foi de R$ 29 bilhões. Já
um levantamento da consultoria
Rizzo Franchise aponta receita de
R$ 250 bilhões naquele ano.
Metodologias distintas
A diferença é explicada pela metodologia
utilizada em cada pesquisa.
Enquanto a ABF e o Instituto
Franchising partem de seus cadastros,
considerando apenas redes
que se autodenominam franquias,
a Rizzo Franchise vai ao
mercado analisar as empresas,
classificandoas de acordo com a
Lei do Franchising, independentemente
do nome que utilizem.
Com isso, a consultoria chega a
um resultado mais abrangente,
pois inclui empresas que não são
associadas à ABF e que também
não se classificam como franquias.
"Para a lei, não importa como uma
empresa chama o seu sistema
de negócio. Se age como
franquia, ela é franquia", argumenta
o consultor Marcus Rizzo.
Com os diferentes métodos,
também são distintos os resultados
que mostram os segmentos líderes
em abertura de unidades.
Para a Rizzo Franchise, quem
mais abriu unidades no último
ano foi o segmento "Automotivo",
seguido por "Vestuário" e
"Saúde e beleza". Os piores desempenhos
registrados foram os
das áreas de "Hotelaria e turismo",
"Telefonia" e "Infantil".
Já para a ABF, quem mais abriu
unidades foi "Educação e treinamento",
seguida pelos segmentos
"Móveis, decoração e presentes" e
"Veículos". "Vestuário", a segunda
em inauguração de unidades
para Rizzo, aparece em penúltimo
lugar nos dados da ABF. A
Rizzo Franchise não divulgou a
variação do faturamento por segmento
entre 2002 e 2003.
Formatos menores
Camargo afirma que o bom desempenho
de um segmento na
pesquisa não implica necessariamente
uma boa performance dos
negócios daquela área.
"Se o segmento cresce 30% apesar
da situação da economia em
geral, isso significa que ele ainda
tem espaços a ocupar. Mas é preciso
verificar a demanda na região
em que será aberta a franquia."
Outro ponto importante é avaliar
se um grande número de unidades
abertas, com redução ou
estagnação do faturamento, não
indica saturação de mercado.
A ABF Franchising Expo 2004
terá cerca de 170 expositores e espera 30 mil
visitantes. O evento será no ITM
Expo, na av. Engenheiro Roberto
Zuccolo, 555. O ingresso para os
quatro dias de feira custa R$ 25.
Colaboraram ANDRESSA ROVANI e ANDREA MIRAMONTES, free-lance
para a Folha
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