São Paulo, domingo, 15 de fevereiro de 2004 |
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NEGÓCIO EM FOCO Mercado já tem confecções e brindes Empreendimento GLBT "sai do armário"
DA REPORTAGEM LOCAL Eles saíram do armário. De olho em um consumidor diferenciado, exigente, decidido quanto ao que quer e ciente do que gosta, um número cada vez maior de empreendedores escolhe a clientela gay como público-alvo dos negócios. Ainda novidade no Brasil, o direcionamento já existe nos Estados Unidos, onde o termo "pink money" (dinheiro cor-de-rosa) passou a ser empregado para fazer uma referência ao potencial de consumo nesse segmento. Por aqui, deve ser só o começo. Na esteira das movimentações em prol do orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros), muitas oportunidades rentáveis devem se delinear nos próximos anos. "É um nicho com um potencial fantástico, com posicionamentos claros de consumo e um público cada vez menos escondido", diz a consultora Ana Vecchi, da Vecchi & Ancona Consulting. Renda "O gay é um cliente que compra bem, tem dinheiro e concentra a renda em si mesmo, pois não tem despesas com família. E há poucas empresas focando nele", observa o estilista Vinícius Santo, 30. Há três anos, ele e o sócio, Emílio Júnior, 32, lançaram a marca de roupas masculinas Santuemilliu, que, além de peças básicas e modelos noturnos, tem uma linha de roupas íntimas com 120 itens. "Há modelos mais eróticos que atraem essa clientela", diz Santo, que não se identifica com o rótulo de empresário do nicho GLBT. "Os homens estão mais ligados em moda de uma forma geral. Nossas peças são para deixá-los maravilhosos, gays ou não." A dupla tem um showroom na rua Augusta, em São Paulo, e quer inaugurar lojas próprias. "Além disso, vamos distribuir mais as linhas básicas para outros lojistas e nos concentrar na venda das peças fashion exclusivas." Fidelização Já a empresária Adriana Silva, 31, literalmente empunha a bandeira. Foi inspirada no ícone da causa GLBT que ela abriu, há sete meses, a Acessórios Arco-Íris. "A clientela aumenta mês a mês." No mix dela, mais de 40 produtos fazem alusões divertidas ao movimento. Sapinhas de brinquedo, aquisição preferida das lésbicas, são um exemplo. E não faltam brindes, que vão de bandeiras a isqueiros, passando por camisetas, canetas e chaveiros. "O período mais aquecido é o da Parada Gay [que ocorre em julho]." Estrela das noites há 13 anos, a "drag queen" Dimmy Kieer percebeu uma oportunidade de negócios durante seus shows. "Cada vez que descia do palco, queriam comprar tudo do meu figurino. Decidi criar e vender", lembra. A loja, batizada de Bazar Drag Dimmy Kieer, funciona há um ano e comercializa roupas da grife DKBR e CDs com trilhas sonoras para shows, entre outros produtos. "Também vendo para meninas clubber", explica Kieer. A fidelização é fácil. "Quem compra uma vez volta todo mês." Para fortalecer a marca, a loja é patrocinadora de artistas da noite. A especialização já atraiu clientes em outros Estados: devem ser inauguradas neste ano filiais DKRB no Amazonas e no Paraná. Onde encontrar: Acessórios Arco-Íris, 0/xx/11/9796-9673; Bazar Drag Dimmy Kieer, 0/xx/11/3362-0597; Santuemilliu, 0/xx/11/3151-2772 Texto Anterior: Canal direto: Presidente da Mundo Verde vira ombudsman Índice |
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