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CONSUMIDOR MIRIM
Comportamento exigente amplia mercado para esse público e gera inovações
Criança bate o pé para ser cliente VIP
TATIANA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar dos poucos centímetros
de altura, eles já dão sinais de que
sabem bem o que querem. Da
roupa à comida, passando pelo
salão de cabeleireiro, criança hoje
palpita em tudo o que consome. O
resultado é um alargamento do
mercado focado nesse público,
com opções cada vez mais especializadas e inovadoras.
"O comportamento infantil
mudou muito com a exposição à
informação. Aumentou o poder
de análise e de comparação [das
crianças]", observa Ana Vecchi,
consultora da Vecchi & Ancona.
Segundo ela, apesar de promissor, o nicho requer cuidados redobrados. "É um público que preza a repetição, mas nem sempre é
fácil de fidelizar. Há uma necessidade de atualização constante do
negócio", observa a especialista.
Isso porque o apelo capaz de fisgar o cliente mirim tem, segundo
Vecchi, um "tempo de vida". "Se
aposta num conceito que leve décadas para ter retorno, o empresário está perdido. O consumidor
cresce, e a cabeça dele muda."
Some-se a isso o fato de que,
além de seduzir a garotada, é preciso ganhar a simpatia dos pais.
Para tanto, três fatores são essenciais em qualquer negócio que foque esse público: segurança, higiene e proposta educativa.
De olho na influência dos pequenos, o Shopping Jardim Sul,
em São Paulo, tem como meta
construir a imagem de ser um
centro onde a criançada receba
tratamento diferenciado. "Descobrimos que há 90 mil crianças na
área de influência do shopping e
apostamos nelas", diz a gerente de
marketing, Alessandra Prado, 32.
O shopping lançou, neste ano, a
sua Semana de Moda Infantil, o
primeiro evento com foco nos pequenos. "Quando os adultos estão
com criança, as compras por impulso são maiores", conta. É a força do "Eu quero".
Já o restaurante paulistano Josephine decidiu oferecer um cardápio infanto-juvenil especial. O
menu inclui cachorro-quente e
picanha com batata frita.
Para a psicóloga infantil Silvana
Rabello, cabe aos pais vigiarem o
consumismo dos filhos. "Há muita projeção dos adultos nesse
comportamento, impõe-se a idéia
de que é preciso ter coisas boas e
ganhar muito dinheiro. Isso gera
o sofrimento do não ter", alerta.
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