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GESTÃO
Prática deve levar em conta expectativas do mercado, diz especialista americano em finanças
Avalie a sua empresa no longo prazo
DA REDAÇÃO
É preciso mudar radicalmente
algumas práticas já consolidadas
entre as empresas, tais como o sistema de avaliação de desempenho
do negócio baseado apenas em
dados financeiros a curto prazo.
A sugestão, polêmica o suficiente para causar calafrios aos administradores menos ousados, é do
professor titular da Universidade
de Pittsburgh (EUA) Kuldeep
Shastri, que esteve em visita ao
Brasil na semana passada para
dar palestras a executivos.
Em sua apresentação na Câmara Americana de Comércio, em
São Paulo, no último dia 12, o professor analisou ainda o papel do
novo governo brasileiro.
A seguir, conheça algumas das
idéias apresentadas e os principais trechos da entrevista dada
por Shastri à Folha.
BRASIL - Para o professor, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da
Silva terá de mostrar a que veio.
"O que se esperam são melhorias
a longo prazo. Mas, para acontecerem, o custo e a origem do dinheiro precisam estar claros."
Shastri ressalta outra dificuldade ao novo governo: a Alca. "Há
muito o que ser discutido, pois
existem barreiras demais, como
políticos que lutam para defender
seus interesses." Mas ele traça um
panorama favorável para 2003:
"Creio na recuperação, embora
lenta, dos Estados Unidos, o que
beneficiará países emergentes".
EMPREENDEDORISMO - Qual a
melhor opção, dentro do atual
contexto recessivo: investir no
mercado financeiro ou abrir um
negócio próprio? De acordo com
Shastri, a resposta depende do
horizonte planejado pelo investidor: "Se não está preocupado
com o que vai acontecer com o
dinheiro nos próximos 15 anos, o
mercado financeiro é uma opção
que pode ser rentável. Isso já não
vale para quem vai se aposentar
em cinco anos". Para quem quer
abrir uma empresa, uma dica: "O
risco do negócio é extremamente
alto, portanto o cuidado deve ser
dobrado em época de recessão".
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO -
Muitas empresas hoje se encontram em situação desfavorável,
pois estão medindo seu desempenho de forma errada, analisando somente dados financeiros,
avalia o professor.
Ele defende a teoria de "expectativa e retornos", segundo a qual
as variáveis de expectativa do
mercado influenciam até 40%
dos resultados. "Mudanças a longo prazo têm um impacto oito
vezes maior nos resultados", explica o especialista em finanças.
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