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Consultores e empresários avisam sobre riscos como ter poucos clientes ou errar ao definir preços
Setor enfrenta muita concorrência
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A terceirização é uma tendência
há vários anos, mas isso não significa que haja mercado à vontade
para os prestadores de serviço,
advertem empresários e consultores ouvidos pela Folha.
Seja qual for o setor escolhido, é
preciso tomar cuidado com concorrência excessiva, dependência
de poucos clientes e definição de
preços abaixo dos custos.
Quer para grandes, quer para
pequenos, interessados em entrar
no ramo devem saber que o mercado está cada vez mais exigente.
A lógica da terceirização -uma
empresa que fabrica chocolate,
por exemplo, deve centrar-se nessa tarefa e delegar atividades como limpeza a companhias especializadas- exige agora que o
prestador de serviço, além de ter
bom preço, personalize o trabalho de acordo com o cliente e seja
rápido na resolução dos problemas que surgirem.
Para ter essa agilidade, deve-se
conhecer melhor as atividades
das empresas contratantes. Uma
das críticas mais comuns é que há
pouca ou nenhuma ligação entre
os funcionários terceirizados e as
empresas onde trabalham.
Quem quiser ganhar mercado
tem de reverter essa imagem. Ter
cuidado redobrado na hora de selecionar e treinar os funcionários
da companhia pode ajudar, dizem especialistas da área.
Riscos
"Ao mesmo tempo em que o
empresário tem de personalizar o
serviço, ele não pode ficar dependente de um único contrato. Terceirizado não tem patrão, tem
clientes", afirma Soraya Gervásio,
do Ietec (Instituto de Educação
Tecnológica), de Minas Gerais.
Segundo Soraya, ficar "refém"
de um único cliente acontece em
muitas empresas.
Entre as novas, a situação ocorre com mais frequência por causa
da forma como surgem muitos
dos negócios: um funcionário de
uma consolidada companhia usa
o know-how que tem para montar sua própria empresa e leva
com ele um ou dois clientes do
trabalho anterior, suas únicas
fontes de receita.
Custos
Outro problema comum na
área é sucumbir à pressão por
preços baixos na hora de definir
preços. "As empresas exigem que
as terceirizadas abaixem os preços para assinar ou renovar contratos", diz Armando Lourenzo,
professor da Fundação Instituto
de Administração, da Universidade de São Paulo.
Tentar entrar no mercado e ganhar clientes pelo preço só dá resultado por pouco tempo, diz
Lourenzo. É uma das principais
causas de quebra das empresas.
(FM)
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