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Crise prolongada força redução nas margens de lucro e inviabiliza a entrada de "amadores"
Turismo não é mais para pequenos
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O setor de turismo no Brasil
vem amargando uma dura crise
já há quatro anos. Desde janeiro
de 1999 -época da desvalorização do real e do fim da paridade
da moeda em relação ao dólar-,
o intenso fluxo de brasileiros
cruzando as fronteiras do país
diminuiu dramaticamente.
Para piorar, os atentados de 11
de setembro de 2001 derrubaram
o número de excursões destinadas aos Estados Unidos. Mais recentemente, a ameaça de uma
guerra contra o Iraque exerce o
mesmo efeito recessivo.
Segundo o presidente em exercício da Abav (Associação Brasileira das Agências de Viagens),
Antônio Azevedo, esse cenário
negativo inviabiliza a entrada de
pequenos investidores no ramo.
"Se o investidor for muito pequeno, eu diria que, hoje, o turismo é
um negócio ruim", declara.
Dados da Embratur ilustram o
problema. Em 1998, considerado
o "ano de ouro" do segmento, o
número de saídas de brasileiros
do país foi de 4,17 milhões. Em
1999, a quantidade caiu para 2,82
milhões de saídas e, em 2002, atingiu o recorde negativo de 1,8 milhão de excursões internacionais.
Também houve queda no volume de dinheiro movimentado.
Em 2000, o turismo internacional
gerou US$ 4,2 bilhões de receita.
Em 2002, US$ 3,1 bilhões.
Se antes o "filé mignon" dos
agentes era o turismo internacional, hoje a situação também se inverteu. Segundo Azevedo, até
80% das receitas do setor provêm
de viagens domésticas.
Fama
Para Azevedo, a falência da
Stella Barros não deve sufocar
ainda mais o mercado. "O impacto foi pequeno. A empresa já tinha
reduzido o número de clientes [30
passageiros foram prejudicados
pela bancarrota], e a repercussão
foi mais pela fama da marca."
"A falência assusta, mas não
chega a afetar diretamente os negócios", avalia a gerente de franquias da Experimento, Cláudia
Ridolfi. A marca tem oito franquias e pretende abrir mais duas
neste ano. "O ritmo está bastante
cauteloso. Não podemos abrir
uma franquia que feche rápido e
enfraqueça a rede", diz.
Já a Central de Intercâmbio,
com 17 franqueadas, não pretende se expandir em 2003. "A situação de mercado não motiva a
abertura de lojas", afirma o proprietário, Celso Garcia. Para crescer sem precisar da estrutura de
mais lojas, a operadora optou por
licenciar só os agentes de viagens.
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