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QUEIMA DE NATAL
É hora de se preparar para janeiro
Entusiasmo com vendas de dezembro deve ser ponderado com as dívidas de pré-Carnaval
LAURA FOLGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Às vésperas do Natal, muitos
empresários já desembrulharam o maior presente que poderiam ter recebido neste ano:
as vendas superaquecidas.
Enquanto eles comemoram
os lucros, consultores ouvidos
pela Folha recomendam cautela, já que o ano novo chega
com várias contas a pagar
-IPTU, IPVA e renovação de
seguros, por exemplo- e, geralmente, vendas em baixa.
Com consumidores já sem
dinheiro e, muitas vezes, em férias, o primeiro passo é fazer
um planejamento de acordo
com o histórico da companhia.
"Cada empresário, em seu
segmento, deve buscar informações e tentar antever o que
ocorre no início de ano", recomenda Luís Alberto Lobrigatti,
consultor do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas).
Para Lobrigatti, também é
importante ter uma reserva caso as vendas não sejam boas.
"É preciso administrar os recursos excedentes com experiência para usá-los como ferramenta estratégica no futuro", acrescenta Alfredo Reis,
professor do Ibmec São Paulo.
É o que faz Luiz Douglas
Duarte, 52, gerente da loja A
Miniatura, onde trabalha há 37
anos vendendo brinquedos.
Como sabe que dezembro é o
mês de maior venda, ele já tem
planos para a receita extra.
"Vou usar para investir na empresa, comprar novos produtos
e fazer reformas", comenta.
Dias frios
Na avaliação de consultores,
é melhor que o dinheiro disponível seja utilizado em compromissos já estabelecidos, como
para dívidas e contas futuras.
"O problema é confundir as
coisas no tempo", explica Reis.
"Se o empresário vende muito
no Natal, esquece que as dívidas virão. E ele às vezes ainda
nem pagou pelo produto."
A questão pode ser resolvida
com "atenção ao fluxo de caixa", ou seja, um planejamento
minucioso de gastos e ganhos.
"A pessoa tem de fazer esse
controle para se preparar para
os dias mais frios", afirma Reis.
"Enquanto os gastos previstos
não ocorrem, pode-se pensar
em investimento de curto prazo e baixo risco", diz Lobrigatti.
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