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GESTÃO
Enquanto a bola rola, empresários tentam tirar clientes de casa ou lucrar com promoções
Copa rende mais como marketing
PAULA LAGO
EDITORA-ASSISTENTE DE NEGÓCIOS E EMPREGOS
A Copa do Mundo sempre foi
evento de fazer pipocar negócios e
promoções e de lotar bares e restaurantes onde os amigos se juntam para torcer durante os jogos.
Mas neste ano fatores como a
distância dos países-sede, o horário dos jogos e, claro, o desempenho não muito animador da seleção brasileira até agora (a oito
dias do primeiro jogo) deixaram
alguns investidores na "retranca".
"O clima está apenas temático,
como festa junina, não há muita
euforia", analisa Fabio Bom, 44,
presidente da Anfab (Associação
Nacional de Fabricantes de Brindes e Produtos Promocionais).
A saída dos empreendedores
tem sido usar a Copa como ferramenta de marketing para estimular fidelidade ou atrair clientes.
Para Jaime Jimenez, 32, sócio-diretor da Sher Marketing Consultoria, tudo vai depender da
criatividade. "Segmentos muito
específicos, como bares e lanchonetes, vão conseguir lucrar se desenvolverem serviços inovadores.
Só um telão não vai prender um
cliente até as 3h", afirma.
Como inovador, entenda-se estimular grupos, e não clientes individuais, fazendo pacotes e promoções de acordo com o número
de pessoas e reservar ambientes
para empresas, por exemplo.
Um ramo que se beneficiou do
horário foi o de hotéis, motéis e
flats. "Não há mais quartos de
motéis livres em dias de jogos do
Brasil", diz Rogério Oliva, vice-presidente-executivo da Abredi
(Associação Brasileira de Bares e
Restaurantes Diferenciados).
Até porque a grande maioria
dos torcedores vai ficar por aqui
mesmo. Segundo dados da Abav
(Associação Brasileira de Agências de Viagens), nas Copas de
1994 e de 1998, cerca de 20 mil brasileiros foram ver os jogos ao vivo
em cada uma. Neste ano, a torcida
canarinho no Japão e na Coréia
deve estar reduzida a 7.000.
Bons de copo
A franqueadora BlockBuster
(locadoras) investiu R$ 100 mil e,
aproveitando parceria que tem
com a Coca-Cola, lançou promoção em que o cliente adquire copos com a imagem de Pelé.
"Trata-se de um brinde que casa
com o momento de consumo e
com as duas marcas", afirma Andrea Bedricovetchi, 34, diretora
de marketing da BlockBuster.
Na Líder Brinquedos, que fabrica também bolas promocionais, a
produção média de 100 mil unidades por dia saltou para 150 mil
devido ao Mundial. "Quando começam os jogos, as vendas caem,
pois a maior parte da produção é
voltada para promoção", lembra
Geraldo Zinato, 43, proprietário.
A final de 1998, quando o Brasil
perdeu para a França, não foi esquecida. "Como tínhamos vencido em 1994, as empresas investiram pesado e se deram mal em
1998", lembra Bom, da Anfab.
Exemplo foi a rede Armarinhos
Fernando, que vende principalmente para o atacado. "Ficamos
com alguns produtos estocados e,
neste ano, estamos comprando
com mais cautela", diz Marcio
Eduardo Gavranic, gerente-geral.
"Tudo depende da seleção. Ninguém quer ter sua marca associada a perdedores", resume Zinato.
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