São Paulo, domingo, 26 de setembro de 2004 |
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RESPONSABILIDADE Reincidência no Estado é de cerca de 70%; principal motivo é falta de oportunidades Contratar presos é arma anticrime
BRUNO LIMA FREE-LANCE PARA A FOLHA Você tem nas mãos o melhor instrumento para combater a criminalidade: a sua empresa. E a maneira mais eficiente de fazer isso é, não se assuste, contratar alguém que esteve ou está preso. O índice de reincidência no Estado de São Paulo é de cerca de 70%. De acordo com os especialistas, no entanto, a maioria só volta a cometer crimes em razão da dificuldade de obter renda. Para quem ainda cumpre pena, o trabalho é um instrumento de reeducação (veja quadro). Para quem já está livre, é um incentivo para sobreviver honestamente. A mão-de-obra dos detentos tem vantagens como o baixo custo (o salário pode ser o mínimo e não há vínculo empregatício nem encargos) e a fácil reposição. Mas o mero uso dessas vantagens não é exemplo de responsabilidade social. O manual "O que as Empresas Podem Fazer pela Reabilitação do Preso" (www. uniethos.org.br), do Instituto Ethos, sugere ações como manter o emprego após a saída da prisão e pagar também por produção. Na sede da empresa, não há número mínimo de contratados e é preciso bancar transporte e alimentação. Para ter uma unidade de produção no presídio, tem prioridade quem ocupa muitas pessoas em pouco espaço. São cobrados 10% da folha de pagamentos pela utilização das instalações. Em ambos os casos, o empresário pode participar da seleção. Na última terça, a Folha acompanhou a visita inicial de uma técnica da Funap (fundação ligada à Secretaria de Estado da Administração Penitenciária) à Imagens Brasil (artigos religiosos). A dona da empresa, a escultora Cynthia Beiruth Brasil, 50, planeja contratar e treinar detentos, mas estava cheia de dúvidas sobre o sistema. "Fui assaltada oito vezes, meu filho já foi seqüestrado. Eu tinha tudo para querer distância, mas quero fazer alguma coisa." Ela também espera dar uma "sacudida" na equipe. A idéia é que os empregados sigam o exemplo dos presos, que costumam chegar cheios de vontade para trabalhar. Em São Paulo, a contratação é intermediada pela Funap. Informações no tel. 0/xx/11/3150-1027. Próximo Texto: A diferença que sua empresa faz: Na prisão, música reúne colegas Índice |
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