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Grupo incorpora inovações, que vão de criação de conselhos a uso de intranet
Companhias criam "G-8" do franchising
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Como uma espécie de G-8 (reunião dos sete países mais ricos do
mundo e a Rússia), oito redes
criaram grupo para discutir conceitos gerenciais e trocar informações estratégicas de negócios.
Esse "G-8" congrega marcas
que não são diretamente concorrentes entre si e que incorporam
práticas da gestão por valor.
Blockbuster, Bob's, Fotoptica,
Gastotal, Le Postiche, Livraria
Nobel, Mundo Verde e Yázigi Internexus formam o grupo.
A Le Postiche, rede de venda de
malas e bolsas, vai compartilhar a
redefinição do seu formato, que
envolveu a troca do franchising
pelo licenciamento. "Nosso sistema era muito centrado", diz o diretor José Carlos Figueiredo.
"Tornava a gestão impositiva."
Segundo ele, os manuais de
operação foram substituídos por
"guias de práticas recomendáveis". "Uma ação de varejo de hoje pode não ser válida amanhã",
define. As taxas de royalties, antes
calculadas sobre o faturamento
bruto, assumiram um valor fixo,
para evitar que os parceiros "maquiassem" seus rendimentos.
Controle total
Para incentivar que os licenciados contribuam efetivamente
com sugestões para o funcionamento do grupo, foi implantado
um software que reúne dados de
estratégias utilizadas por unidade.
As idéias que geram os melhores
resultados são adotadas pelas outras lojas da rede.
Não basta, contudo, possuir um
sistema que armazene boas sugestões se o franqueador não tem
boa capacidade de análise e de
implementação. "É preciso saber
ler, classificar, avaliar a experiência e devolvê-la sistematizada para o formato da franquia", pondera Marcia Pires, diretora de marketing e gestão de rede da Yázigi
Internexus, outra do "G-8".
Ela sustenta que a empresa, por
constituir um dos mais antigos
sistemas de franchising do Brasil
(desde a década de 70), pôde entrar com mais conhecimento de
causa nessa "nova" geração.
Conselhos democráticos
A participação de franqueados
nas decisões se reflete na existência de conselhos deliberativos formados por eles e no uso de intranet para a troca de experiências.
A Mundo Verde, loja de produtos naturais, adotou um sistema
democrático de votação. Críticas
e sugestões são debatidas regularmente por um conselho composto por sete membros, seis franqueados mais o franqueador. Os
seis são eleitos pelo próprio grupo, de cerca de 80 franqueados.
"Se quatro membros do conselho votam a favor de uma determinada medida, ela tem 99% de
chance de ser implantada na rede", estima Elisio Joffe, diretor de
franquias. Todos os sete votos
têm o mesmo peso.
Ele ressalta, contudo, que o
franqueador tem o direito de veto.
"Só aconteceria no caso de uma
sugestão sem pé nem cabeça, como uma proposta para mudar o
verde do letreiro", exemplifica.
Entre as idéias que nasceram
nas reuniões e que foram implementadas na Mundo Verde, estão
o tipo de mobiliário usado e a presença de nutricionistas nas lojas.
O Bob's, por sua vez, organizou
comitês de franqueados divididos
por áreas. Há o de marketing, o de
logística e o de operações. "Foram
criados para discutirmos com
mais objetividade os pontos que
podem ser desenvolvidos", diz
Flávio Maia, diretor de franquias.
Itens do cardápio, como o suco
de acerola, e também o software
adotado nas lojas surgiram a partir de idéias de parceiros.
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