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RAIO-X
Maioria não busca universidades para tentar inovar; idioma atrapalha 100% das micro na exportação
Indústria "sofre" para criar produtos
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Apesar de enfrentar dificuldades para desenvolver e aperfeiçoar os seus produtos, a maioria
das micro e pequenas empresas
não tem o costume de procurar
instituições como universidades e
institutos de pesquisa para tentar
obter informações sobre atividades de inovação tecnológica.
A conclusão é de um estudo realizado pela Fiesp (Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo) com 849 indústrias de até 99
funcionários no Estado de São
Paulo, divulgado na quarta-feira.
Entre as empresas consultadas,
77% disseram que desenvolvem
produtos, 62%, que já enfrentaram ou estão enfrentando dificuldades no desenvolvimento, e
60%, que nunca recorreram a nenhuma instituição para se informar sobre novas tecnologias.
Universidades, institutos de
educação superior, Senai (Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial) e entidades de pesquisa
foram as instituições mais procuradas pelos 40% que já utilizaram
o recurso pelo menos uma vez.
"É preciso trabalhar melhor a
interação com as universidades",
afirma Ermano Marchetti, coordenador da Cadempi (Câmara de
Desenvolvimento da Micro e Pequena Indústria da Fiesp). Segundo ele, uma de suas metas é aumentar esse relacionamento.
A pesquisa também revelou que
53% das empresas não implantaram programa de gestão de qualidade e que 81% delas não são certificadas. "Todas têm necessidade
de buscar a certificação. É preciso
compreender que isso será um
ponto importante para a continuidade do negócio", afirmou o
diretor da Cadempi Marco Reis.
Informatização
O estudo da Fiesp buscou dados
em três campos: informatização,
competitividade e comércio exterior. Na pesquisa, 98% dos entrevistados disseram ter algum sistema informatizado de troca ou
consulta eletrônica de dados. A
internet é usada por 97% e o "office banking" (acesso à conta da
empresa pela internet), por 72%.
Modificações nos sistemas de
informática foram feitas por 75%
das empresas nos últimos dois
anos -56% renovaram o parque
industrial nos últimos cinco anos.
"Já estamos informatizados. O
que precisamos é aprimorar", disse Reis. "Uma empresa informatizada é o mínimo. Não garante nada, mas quem não estiver informatizado não vai sobreviver",
complementou o também diretor
da Cadempi Dorival Biasia.
"Grego"
A falta de conhecimento de
idiomas estrangeiros foi apontada
como o principal empecilho para
as exportações por 100% das microempresas que responderam ao
questionário da Fiesp. Para os negócios de pequeno porte, a principal dificuldade citada foi a falta de
competitividade dos produtos.
O estudo revelou que 64% das
indústrias consultadas nunca
atuaram no mercado externo. Entre as que exportam, só 30% disseram fazê-lo regularmente.
Os dados não surpreenderam
os diretores da Cadempi. "Não
precisamos de pesquisa para saber que [as pequenas] são pouco
competitivas e exportam pouco.
O estudo servirá como guia para
novas ações", afirmou Reis.
A participação em feiras e exposições no exterior é a principal demanda dos que exportam.
(BL)
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