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São Paulo, domingo, 27 de abril de 2003


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RAIO-X

Maioria não busca universidades para tentar inovar; idioma atrapalha 100% das micro na exportação

Indústria "sofre" para criar produtos

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Apesar de enfrentar dificuldades para desenvolver e aperfeiçoar os seus produtos, a maioria das micro e pequenas empresas não tem o costume de procurar instituições como universidades e institutos de pesquisa para tentar obter informações sobre atividades de inovação tecnológica.
A conclusão é de um estudo realizado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) com 849 indústrias de até 99 funcionários no Estado de São Paulo, divulgado na quarta-feira.
Entre as empresas consultadas, 77% disseram que desenvolvem produtos, 62%, que já enfrentaram ou estão enfrentando dificuldades no desenvolvimento, e 60%, que nunca recorreram a nenhuma instituição para se informar sobre novas tecnologias.
Universidades, institutos de educação superior, Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e entidades de pesquisa foram as instituições mais procuradas pelos 40% que já utilizaram o recurso pelo menos uma vez.
"É preciso trabalhar melhor a interação com as universidades", afirma Ermano Marchetti, coordenador da Cadempi (Câmara de Desenvolvimento da Micro e Pequena Indústria da Fiesp). Segundo ele, uma de suas metas é aumentar esse relacionamento.
A pesquisa também revelou que 53% das empresas não implantaram programa de gestão de qualidade e que 81% delas não são certificadas. "Todas têm necessidade de buscar a certificação. É preciso compreender que isso será um ponto importante para a continuidade do negócio", afirmou o diretor da Cadempi Marco Reis.

Informatização
O estudo da Fiesp buscou dados em três campos: informatização, competitividade e comércio exterior. Na pesquisa, 98% dos entrevistados disseram ter algum sistema informatizado de troca ou consulta eletrônica de dados. A internet é usada por 97% e o "office banking" (acesso à conta da empresa pela internet), por 72%.
Modificações nos sistemas de informática foram feitas por 75% das empresas nos últimos dois anos -56% renovaram o parque industrial nos últimos cinco anos.
"Já estamos informatizados. O que precisamos é aprimorar", disse Reis. "Uma empresa informatizada é o mínimo. Não garante nada, mas quem não estiver informatizado não vai sobreviver", complementou o também diretor da Cadempi Dorival Biasia.

"Grego"
A falta de conhecimento de idiomas estrangeiros foi apontada como o principal empecilho para as exportações por 100% das microempresas que responderam ao questionário da Fiesp. Para os negócios de pequeno porte, a principal dificuldade citada foi a falta de competitividade dos produtos.
O estudo revelou que 64% das indústrias consultadas nunca atuaram no mercado externo. Entre as que exportam, só 30% disseram fazê-lo regularmente.
Os dados não surpreenderam os diretores da Cadempi. "Não precisamos de pesquisa para saber que [as pequenas] são pouco competitivas e exportam pouco. O estudo servirá como guia para novas ações", afirmou Reis.
A participação em feiras e exposições no exterior é a principal demanda dos que exportam. (BL)


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