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PEQUENAS NOTÁVEIS
Ter estande com mais destaque também pesa na decisão por feiras menores
Evento segmentado atrai pelo público
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Entre expor em um evento gigante, com recordes de visitação
e alto investimento em marketing, e em um menor, menos famoso e com público fechado, os
empresários de pequeno e médio
porte têm optado pelo segundo.
Um dos motivos está na própria
razão de participar de uma feira: a
captação de novos negócios. Na
dúvida, especialistas apontam os
eventos de pequeno porte como
uma das boas soluções para quem
quer equacionar custo e benefício
na hora de divulgar seu produto.
"Nem sempre o tamanho da feira representa o volume de negócios fechados", afirma Luiz Álvaro, gerente da unidade de acesso a
mercados do Sebrae-SP (Serviço
de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas). "Muitas vezes, por serem mais segmentadas, elas se
tornam as melhores opções."
O panorama desse mercado
tem a segmentação como tendência, em contraste com a idéia de
abrangência dos anos 80 e 90. Dados da Ubrafe (União Brasileira
dos Promotores de Feiras) confirmam essa mudança. Enquanto
em 1994, entre as cinco feiras com
maior número de expositores, apareciam
eventos mais abertos como a
Fenasoft, que reúne empresas
ligadas à informática, entre as cinco maiores de 2004 aparecem a
Fispal Tecnologia e a Fispal Alimentos, que antes eram uma só e
agora acontecem em datas diferentes, para públicos distintos.
Do lado dos pequenos, também
há movimentação. Ainda segundo a Ubrafe, desde 1994, o mercado de feiras cresceu cerca de
300%. Estima-se que mais da metade delas seja de pequeno porte.
Destaque
Antes de se preocupar com o
número de visitantes, o microempresário precisa conhecer o perfil
da exposição. Em geral, nos pequenos eventos, há mais chances
de o estande se destacar e de atrair
exatamente aquele parceiro procurado para fechar uma proposta
comercial. "Se for a primeira vez
que a empresa vai participar de
uma exposição, o mais aconselhável é que ela escolha uma de menor porte", diz o consultor.
O diretor do Simpi (Sindicato
da Micro e Pequena Indústria do
Estado de São Paulo), Carmino
Forcina, reforça: "Acontece de o
empreendedor gastar uma fortuna para comprar um estande numa megaexposição e não ter produção suficiente para atender a
um cliente acostumado a comprar em grandes quantidades".
A empresária Maria Cecília
Guttilla, 39, dona da Intasiatta,
que faz peças diferenciadas de cerâmica, é um exemplo de quem
apostou no potencial da pequena
feira. "Temos pouco dinheiro para investir nesse tipo de divulgação. E, num grande evento, é difícil competir com os estandes dos
grandes expositores", justifica.
Neste ano, ela trocou a Casa
Cor, mostra de arquitetura que
reúne até 100 mil visitantes, pela
Fiaflora, que deve receber metade
desse público em setembro. Gutilla se arrependeu de participar de
um dos mais prestigiados eventos
na área de decoração do país sem
verba suficiente para arcar com o
custo do anúncio no anuário da
mostra. "Foi bom expor minhas
peças num dos ambientes da Casa
Cor, mas faltou dinheiro para
comprar um espaço no catálogo
deles. Ou seja: quem gostou do
que viu não teve como me localizar mais tarde."
Ao participar da FiaFlora no
ano passado, a Intasiatta investiu
cerca de R$ 3.500 e diz que até hoje recebe ligações de pessoas querendo fechar negócios. "O bom
das pequenas feiras é que não vão
aquelas pessoas que só querem
saber de ganhar brindes", diz.
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