São Paulo, domingo, 30 de maio de 2004 |
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LIÇÃO DE CASA Fatores como afinidade e sonhos pesam na escolha e influenciam mudança de rumo Empresa do pai é etapa experimental
DA REPORTAGEM LOCAL Para os que chegaram a trabalhar com os pais, a experiência serviu de laboratório para aperfeiçoar as próprias habilidades. E até para ter certeza de que o melhor seria tomar rumos norteados por fatores como afinidade e sonhos. Foi uma paixão antiga, a música, que "roubou" o empresário André Szajman, 32, dono da gravadora Trama, da presidência da empresa da família, o Grupo VR. Szajman se dedicou à iniciativa do pai por dez anos, passando por todos os setores. "Entrei até para participar mais das conversas que haviam em casa sobre o negócio." Em 1997, ele e seu irmão Cláudio acumularam pontos positivos ao propor uma reestruturação que fez com que o Grupo VR triplicasse de tamanho em um ano. Mas o que poucos imaginavam era que, apenas três anos depois do prodígio, André optasse por se arriscar no mercado musical. "Criei a Trama numa sala do Grupo VR, com o sonho de apostar num nicho menos comercial. Por dois anos, acumulei as funções, mas a minha iniciativa cresceu muito e tive de optar", conta. O nascimento da Trama foi bastante atrelado ao sucesso do VR. Foi do lucro do grupo que André levantou o investimento inicial de R$ 15 milhões para a gravadora, distribuídos ao longo dos três primeiros anos. "Também usei a credibilidade, apresentando a Trama como empresa do Grupo VR." Já o crescimento da gravadora pode ser creditado a uma estratégia futurista e bem planejada. "A internet provocou mudanças definitivas no mercado da música. Usamos isso em nosso favor." O empresário Abram Szajman, pai de André, diz que nunca duvidou da aposta. "Ele tem vocação e experiência. Encarei como negócio, não como entretenimento." "Mãe, vou para Nova York" Na família de Romero Rodrigues, 26, criador do site Buscapé, o desejo de que os filhos assumissem a empreiteira Assento sempre esteve nas entrelinhas. "Não era dito, mas estava lá", diz ele. Tanto que os pais se preocuparam quando ele começou, aos 20 anos, a varar madrugadas trabalhando em um projeto. "Diziam para eu ir ao clube", lembra. Um dia, entrou em casa e avisou à mãe que ia para a Nova York na mesma noite para assinar o primeiro contrato de parceria do Buscapé. "Foi um susto. Hoje, eles têm orgulho da minha empresa." Já Taluana Adjuto, 25, chegou a ter o salário triplicado enquanto trabalhava na Telemax, firma de telecomunicação do pai, que também é dono de uma empreiteira. Descobriu, entretanto, que sua praia era outra, e há um ano lançou a grife de surfwear Gold Coast. O investimento inicial de R$ 1 milhão foi feito pelo pai. "Ele vibra com o negócio, que já vende no país todo", comenta ela. Texto Anterior: "Berço" não é único fator de motivação Índice |
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