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A Folha cobriu mal
A Folha foi mal no principal assunto da semana, o furo da "IstoÉ" que acabou derrubando o
diretor de Política Monetária do
Banco Central, Luiz Augusto
Candiota.
A revista começou a circular na
sexta-feira, dia 23, com a informação de que o presidente do
Banco Central, Henrique Meirelles, e Candiota "esconderam da
Receita bens no exterior". Segundo a revista, os dois são investigados por suspeita de sonegação,
omissão fiscal e evasão de divisas.
Na mesma sexta, à noite, Meirelles e Candiota soltaram notas
explicativas. No final de semana,
diante da repercussão, Meirelles
convidou Rodrigo Azevedo para
o lugar de Candiota, mas não tornou pública a decisão.
A reportagem da "IstoÉ" tivera,
portanto, um efeito imediato
dentro do governo.
A Folha ignorou o assunto até
terça-feira, quando publicou
uma pequena nota, sem destaque
e sem novidades: "Suspeito de
sonegação, Meirelles é investigado".
Apenas na quinta-feira, quando na véspera se consumara a
saída de Candiota, a Folha entrou no caso para valer. Mas aí já
tinha sido atropelada pelos fatos.
O jornal trouxe uma informação
relevante, a de que Rodrigo Azevedo, convidado por Meirelles no
domingo, assinou, ainda como
economista-chefe do banco
CSFB Garantia, o boletim do
banco que circulou na segunda-feira que antecipava a saída de
Candiota, o que significava o uso
de uma informação privilegiada.
O banco explicou depois que o
boletim fôra redigido antes do
convite.
Essas coberturas parecem ter
uma lei: quem corre atrasado dificilmente consegue virar o jogo.
Anteontem, quando os jornais
ainda repercutiam a saída de
Candiota, a "IstoÉ" estava nas
bancas com novas informações
exclusivas e apostava na queda
do presidente do BC: "Henrique
Meirelles, até o fechamento desta
edição presidente do Banco Central do Brasil - O que ele não explica". A outra chamada era
igualmente forte: "Incrível! Cássio Casseb, presidente do Banco
do Brasil, assim como Candiota,
mandou dinheiro para fora e não
declarou".
Os jornais tiveram, mais uma
vez, de correr atrás.
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