São Paulo, domingo, 02 de dezembro de 2001 |
Texto Anterior | Índice
Para cima, para baixo
As duas manchetes reproduzidas acima, da Folha e do "Estado de S.Paulo" de sexta-feira, são um caso emblemático de como as opções editoriais podem ser subjetivas, dependendo dos humores de seu autor ou de inclinações políticas. A partir dos mesmos dados divulgados na quinta-feira pelo IBGE, o "Estado" produziu uma manchete otimista. O texto da chamada, por sua vez, dizia que, embora pequeno, o crescimento (de 0,34%) foi "um resultado melhor do que se esperava (...) um índice confortante diante da retração na economia mundial". Já a Folha, com um viés negativista na manchete, afirmava no seu texto que este "foi o pior desempenho desde o terceiro trimestre de 1999", acrescentando que, "em relação ao trimestre anterior, a expansão do PIB foi de apenas 0,05%" -dado este ausente na chamada da capa do concorrente. Esta, por sua vez, trazia a seguinte declaração do gerente de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, Roberto Olinto: "Em termos gerais, em 2001 tem havido uma diminuição no nível de atividade bastante uniforme, mas todos os setores apresentaram crescimento". Já a citação eleita pela Folha é do ministro Pedro Malan (Fazenda) e vai no sentido oposto: "Foi um ano terrivelmente complicado". Leitor, faça sua escolha. Texto Anterior: Operação caça-níquel Índice Bernardo Ajzenberg é o ombudsman da Folha. O ombudsman tem mandato de um ano, renovável por mais dois. Ele não pode ser demitido durante o exercício do cargo e tem estabilidade por seis meses após o exercício da função. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva do leitor -recebendo e verificando as reclamações que ele encaminha à Redação- e comentar, aos domingos, o noticiário dos meios de comunicação.
|
|