|
Texto Anterior | Índice
Um dia atrás
Leia os seguintes títulos: "Explosões matam pelo menos 20 na
Arábia Saudita" e "Terror mata
entre 20 e 30 em bairro de Riad".
Agora, estes: "Atentado em
Riad mata 17; rede Al Qaeda é
suspeita" e "Ataque atribuído à
Al Qaeda mata 17 em Riad".
Tudo muito parecido, salvo a
questão do número de mortos,
certo? Mas há uma outra diferença, essencial, que pretendo
ressaltar aqui.
O primeiro par de títulos saiu
na edição de domingo do "Estado de S.Paulo" (uma chamada
na capa e uma manchete de página interna, com reprodução de
uma imagem de TV).
O segundo par de títulos saiu
na Folha, mas apenas na edição
da segunda-feira -um dia depois do concorrente.
E o que fizera a Folha no domingo? Uma nota de 12 linhas,
"escondida" na página A 28.
A notícia do atentado foi ao ar,
na CNN, no começo da noite de
sábado. Os jornalistas que estavam de plantão na editoria de
Mundo, conforme relato da Redação, souberam das primeiras
informações por volta das 19h50.
O último fechamento do jornal
de domingo foi às 23h45.
O que, então, aconteceu?
Enquanto a equipe que fazia
plantão no "Estado" demonstrou ter captado a relevância da
informação, dando-lhe de imediato o merecido destaque, a Folha, parece, "dormiu no ponto".
Tratou o assunto como algo
menor (segundo informação que
tive, a Primeira Página do jornal
não foi nem sequer avisada sobre
o que estava acontecendo),
quando o mínimo que se pode
dizer é que o Oriente Médio vive
uma fase explosiva.
Esse erro de avaliação (na edição do domingo) levou a Folha a
um outro erro (na edição da segunda): dar como sendo de ontem uma notícia que é, na verdade, de anteontem. Nada regozijante para um jornal diário.
Texto Anterior: Títulos dúbios Índice
Bernardo Ajzenberg é o ombudsman da Folha. O ombudsman tem mandato
de um ano, renovável por mais dois. Ele não pode ser demitido durante o exercício do cargo e tem estabilidade
por seis meses após o exercício da função. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva do leitor
-recebendo e verificando as reclamações que ele encaminha à Redação- e comentar, aos domingos, o noticiário
dos meios de comunicação.
Cartas: al. Barão de Limeira 425, 8º andar, São Paulo, SP CEP 01202-900, a/c Bernardo Ajzenberg/ombudsman,
ou pelo fax (011) 224-3895.
Endereço eletrônico: ombudsman@uol.com.br. |
Contatos telefônicos:
ligue (0800) 15-9000; se deixar recado na secretária eletrônica, informe telefone de contato no horário de atendimento, entre 14h e 18h, de segunda a sexta-feira. |
|