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Pela metade
Quem chamou a atenção para
o texto ao lado foi um leitor que,
ao telefone, indagava: "Qual é o
sentido? Papel jogado fora".
Lendo-se a matéria (publicada em Cotidiano segunda-feira), a conclusão é óbvia: não há,
nela, nenhum dado que justificasse a publicação.
O assunto é sequestro, e, como
sabe boa parte dos leitores, a Folha se permite omitir informações que possam colocar em risco
a segurança de uma pessoa.
No caso, porém, todas as informações foram retiradas. Só restaram frases abstratas.
Apesar do tema dramático, o
texto ganhou ares cômicos. Melhor teria sido simplesmente sacá-lo da edição.
Por falar em omissão, leitores
de cinco cidades de diferentes
Estados contataram o ombudsman para reclamar da ausência
de noticiário sobre a prisão do
pediatra Eugenio Chipkevitch,
acusado de abuso sexual contra
adolescentes, em seus exemplares de sexta-feira da Folha.
De fato, a notícia só entrou na
edição São Paulo/DF, que "fecha" às 23h30, enquanto as demais "fecham" às 20h.
O editor de Cotidiano, Nilson
de Oliveira, explica que o caderno teve a informação por volta
das 19h30 por meio do "Agora" e
que "esse jornal tinha dúvida a
respeito da publicação do material e não divulgou nada em sua
edição interior". Acrescenta:
"Ao que sabemos, apenas as TVs
(Globo e SBT) souberam, à tarde, da prisão do terapeuta porque haviam recebido as fitas".
Ora, o site da Folha colocou no
ar a notícia às 19h50 da quinta-feira, com crédito para a Folha e
para o "Agora".
Portanto, teria havido tempo
para sua inclusão na versão impressa, de alguma forma. Ou faltou agilidade, ou subestimou-se
a notícia.
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Bernardo Ajzenberg é o ombudsman da Folha. O ombudsman tem mandato
de um ano, renovável por mais dois. Ele não pode ser demitido durante o exercício do cargo e tem estabilidade
por seis meses após o exercício da função. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva do leitor
-recebendo e verificando as reclamações que ele encaminha à Redação- e comentar, aos domingos, o noticiário
dos meios de comunicação.
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